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Bird prevê R$ 6 bi/ano para recuperar áreas protegidas

Estudo do Banco Mundial (Bird) estima em cerca de R$ 6 bilhões por ano o custo para recuperar áreas de proteção ambiental desmatadas em propriedades rurais no país. O valor equivale a pouco mais de 40% dos pagamentos do programa Bolsa-Família neste ano. Apesar do custo elevado, a instituição aponta a recuperação dessas áreas como uma das medidas com maiores chances de sucesso para reduzir as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global nas próximas duas décadas. O estudo Cenários de Baixo Carbono para o Brasil será divulgado amanhã (17).

Estudo do Banco Mundial (Bird) estima em cerca de R$ 6 bilhões por ano o custo para recuperar áreas de proteção ambiental desmatadas em propriedades rurais no país. O valor equivale a pouco mais de 40% dos pagamentos do programa Bolsa-Família neste ano. Apesar do custo elevado, a instituição aponta a recuperação dessas áreas como uma das medidas com maiores chances de sucesso para reduzir as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global nas próximas duas décadas. O estudo Cenários de Baixo Carbono para o Brasil será divulgado amanhã (17).

O estudo do Banco Mundial reconhece dificuldades para recuperar 440 mil quilômetros quadrados de floresta, dimensão estimada para o passivo ambiental das áreas de proteção nas propriedades rurais. “Para começar, é uma atividade dispendiosa. Em segundo lugar, propriedades rurais perderiam áreas produtivas durante o período de regeneração da cobertura vegetal.”

A legislação atual impõe a preservação de vegetação nativa em pelo menos 20% das propriedades e atribui ao proprietário a responsabilidade pela recomposição. O porcentual chega a 80% nas áreas de floresta na Amazônia. “Não é fácil a aplicação da legislação”, afirma o estudo do Banco Mundial, que, no entanto, conta com a recuperação gradual das áreas de reserva legal e não considera a hipótese de mudança na legislação.

O documento reitera informações do inventário oficial de carbono do País, que aponta o desmatamento, estimulado pela expansão da agricultura e da pecuária, como a maior fonte das emissões de gases de efeito estufa. “A produção agrícola e pecuária geram também emissões diretas, juntas respondem por um quarto das emissões nacionais brutas”, relata o Bird.

O trabalho calcula os investimentos para o país reduzir 37% das emissões previstas para 2030, ou cortar o lançamento de 11 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera. O valor a ser investido por ano supera um pouco os investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2008, de pouco mais de R$ 60 bilhões.

A estimativa do Bird é superior e equivale a quase o dobro do cálculo preliminar feito pelo governo do custo anual para cortar as emissões de carbono. O custo estimado pelo banco é mais elevado para os setores de transporte e energia, em que o corte das emissões depende da construção de mais hidrelétricas, inclusive em áreas de conservação ambiental na Amazônia. O estudo prevê investimentos no processo de licenciamento ambiental, tradicionalmente apontado como um obstáculo por estudo do Banco Mundial.

A matéria é de Marta Salomon, publicada no Jornal Estado de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Creio que temos a legislação ambiental aplicada ao campo mais dura do mundo. O mesmo não vale para a indústria e os serviços.

    Os critérios para definição de Areas de Proteção Permanente e a obrigação de sua preservação pelos proprietários rurais, sem qualquer tipo de auxilio economico da sociedade / Estado, aliada a obrigação de preservação adicional de Reserva Legal de 20% à 80% da área total do imóvel inviabiliza economicamente uma enorma parte das propriedades rurais.

    E o pior é que temos Medidas Provisórias do Executivo regendo o tema anos a fio sem que o Congresso delibere sobre o tema, gerando insegurança jurídica para a atividade agropecuária, que tem sido a grande geradora de divisas do pais.

    Att,

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