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Biotecnologia trará soluções contra a mudança climática, diz presidente da Monsanto

O presidente da Monsanto no Brasil aposta que as empresas de biotecnologia se dedicarão nos próximos anos a criar plantas menos sensíveis às variações do clima, fazendo com que o aquecimento global não impeça o aumento da produção de alimentos.

Em entrevista à Folha, Rodrigo Santos defende que o agronegócio tem de melhorar a sua comunicação: “O setor é muito desconhecido por quem está na Vila Madalena ou em Moema. No colegial, a gente sempre ouviu falar na agricultura na linha ‘ah, é uma atividade primária’. Mas, em 20 anos, a evolução da agricultura no Brasil e no mundo é fantástica em tecnologia e inovação”. Sem biotecnologia, não haverá como produzir mais alimentos sem aumentar a área plantada, diz.

“A lacuna de percepção, porém, ainda existe. Se atribui coisas como o desmatamento ao agronegócio. As pessoas sempre se surpreendem em saber que, no Brasil, 60% da cobertura vegetal nativa está preservada. Alguns movimentos se opõem ao agronegócio, à tecnologia no campo. O agronegócio é uma área que representa 25% do PIB, mais de 35% dos empregos. A atividade poderia ter uma percepção muito melhor na sociedade em geral. A gente precisa de um trabalho de comunicação muito melhor”.

Questionado se a imagem dos transgênicos tem melhorado, ele disse que sim. “Houve evolução. Era natural que, no começo, houvesse certa incerteza ou insegurança de quem não conhecia tecnicamente ou cientificamente o tema”.

Ele disse que a tecnologia é importante para a segurança alimentar. “O mundo tem o desafio de aumentar a produção de alimentos sem aumentar a área plantada significativamente. A resposta passa pela tecnologia”.

Questionado se o trabalho dos agrônomos agora será diferente, ele disse: “Cada vez mais, o cara que quer trabalhar com agricultura, que vai estudar na Esalq, precisa saber que vai lidar com biotecnologia e com agricultura de precisão. Essa é a nossa plataforma futura: trazer o “big data” para a agricultura. Quando eu estava na Esalq, o que se fazia de agricultura de precisão era o mínimo. Agora há muitos alunos se dedicando a isso. Compramos uma empresa de ciência da computação na Califórnia porque acreditamos que esse é o futuro. O “big data” vai transformar o mundo”.

Além do “big data”, ele aposta na importância da biotecnologia perante as mudanças climáticas. “Podemos desenvolver plantas com maior tolerância à seca, maior tolerância a variações de temperatura, germinação mesmo em condições não ideais”. A outra tendência é agregar valor para o consumidor final.

Sobre a questão da rotulagem dos alimentos transgênicos, ele disse: “para nós, faz todo sentido o consumidor ter informação. A gente tem muita segurança sobre os transgênicos, é completamente tranquilo”.

Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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