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Bigma: confinamento custará 46% mais em 2011

Segundo acompanhamento da Bigma Consultoria, os custos do confinamento de 2011 estão 46% mais altos quando comparados com a média de 2010.

Segundo acompanhamento da Bigma Consultoria, os custos do confinamento de 2011 estão 46% mais altos quando comparados com a média de 2010. Observe o comportamento dos custos entre 2006 e 2011 na figura 1. Os valores estão em base 100, considerando janeiro de 2006 como a base dos dados.

Figura 1. Evolução dos custos de confinamento com janeiro de 2006 igual a 100

A evolução dos custos, apontadas na figura 1, é calculada com base nos preços dos insumos e na participação dos mesmos no custo do confinamento.

Pela mesma metodologia, incluindo também a evolução dos preços do boi, conclui-se que 2010 foi o ano de melhor resultados dos últimos cinco anos.

O ano (2010) começou com perspectivas negativas em relação ao preço para outubro. A opção de hedge na BM&F/Bovespa até meados do ano não era atrativa, inibindo investimentos.

Grandes projetos, iniciados em anos anteriores, começaram a ruir; não apenas por maus resultados no confinamento em si, mas por diversos outros fatores que envolvem desde o planejamento do sistema de produção, até a gestão do fluxo de caixa.

E no início do passado, basicamente quando se iniciam ou se planeja os confinamentos, a alta dos animais de reposição era mais acentuada do que a alta do preço do boi. Observe a evolução dos preços na figura 2.

Figura 2. Índice de preços do boi e do bezerro, considerando janeiro de 2009 como base 100

O decorrer do ano, no entanto, acabou privilegiando aqueles que confinaram. Custos mais baixos, ausência de chuvas no período seco e uma valorização do preço do boi superior às mais otimistas das previsões para o ano, tornaram o confinamento de 2010 altamente rentável.

Aqueles que confinaram, e aplicaram corretamente as técnicas, acabaram por colher bons resultados. O ano foi bom, o que também pode ser confirmado na análise elaborada pela Bigma Consultoria e cujos resultados estão apresentados na figura 3.

Figura 3. Margem relativa de lucro no confinamento, considerando 2005 como índice 100

Pelo critério de evolução dos indicadores de custos e preços do boi, comparamos a evolução das margens anuais do confinamento. A margem de 2005 foi estabelecida como base 100.

Sendo assim, em 2010 as margens teriam sido 13,9% melhores do que em 2005, caso o confinamento fosse conduzido com a mesma tecnologia e o mesmo desempenho de ganhos.

Voltando à figura 2, observe que geralmente o grosso dos animais confinados é vendido entre outubro e novembro, o que evidencia que, na prática, os resultados em ganhos de margens foram ainda melhores do que ilustra a figura 3.

Para este ano, apesar dos preços elevados dos meses de safra trazendo boas perspectivas para o pecuarista, a alta nos custos de produção coloca os preços projetados para outubro e novembro, na BM&F, em situação similar à de 2010.

Nem em 2010, e nem agora em 2011, os preços dos contratos futuros remuneravam adequadamente os custos do confinamento.

Por outro lado, conforme comentado anteriormente, quem confinou no ano passado acabou colhendo resultados satisfatórios; talvez o melhor ano da história recente, para o confinador.

Para o decorrer deste ano, a tendência é de que a intenção de confinar aumente consideravelmente, o que já pode ser constatado em conversas com produtores.

As informações são da Bigma Consultoria.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    A maioria das pessoas decide seus investimentos olhando no retrovisor. Como 2010 foi muito bom creio que teremos, apesar das altas dos insumos, crescimento no total de animais confinados este ano. Mas novamente não esta fácil travar posições com margens atraentes. Cada vez mais a gestão faz a diferença. Parabéns a Bigma pela análise.

  2. JOSE FRANCISCO SOARES ROCHA disse:

    Tradicionalmente os anos com arroba do boi valorizada,foram bons para os confinadores,indepedente do custo dos insumos.Ano passado iniciamos com arroba em baixa,e insumos tambem em baixa.Quem comprou insumos em contratos futuros com preço fixado,tiveram um excelente resultado com a valorização da arroba no final do segundo semestre.Este ano temos o milho como grande vilão,caro e inexistente,sem muita perespectiva de mudança,e como os insumos energeticos tem seus preços atrelados ao mesmo,a negociação neste inicio de ano é fundamental.Em conpensação os insumos originários do algodão,estão com seus preços similares ao ano passado,estamos falando do caroço e torta,e os produtores devem aproveitar a oportunidade,pois a procura deve aumentar em virtude da energia constante nos mesmos.A area de plantio foi bem maior,mas ano passado faltou caroço ja em outubro,com preços elevadíssimos final do ano.Os insumos sazonais.ex,farelo de girassol, devem ser analisados com atenção.

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