Bertin e JBS brigam na justiça por transferência de cotas

O grupo Bertin abriu processo na Justiça contra a holding J&F, da família do empresário Joesley Batista. Desde 2009, os dois grupos são sócios no JBS. Quatro anos depois de a empresa ter incorporado o frigorífico Bertin, no entanto, a situação entre os parceiros se deteriorou.

Na segunda-feira passada (10/junho), a empresa Tinto, que representa a família Bertin, entrou na Justiça com ação cautelar em que faz graves acusações contra a J&F. Cotas do fundo Bertin-FIP, por meio do qual a família participa do JBS, teriam sido desviadas de forma “escabrosa” e “criminosa” para uma empresa com sede no Estado de Delaware, nos Estados Unidos: a Blessed LLC. Essa empresa, dizem os representantes da família Bertin, seria da J&F. De acordo com o advogado Antonio Carlos Velloso Filho, do escritório Sergio Bermudes, a hipótese é de que a Blessed pertence à família Batista.

De acordo ainda com as acusações, assinaturas de integrantes da família Bertin teriam sido falsificadas, para que as cotas fossem transferidas. Elas valeriam R$ 900 milhões, mas teriam sido transferidas por apenas R$ 17 mil, segundo advogados. Ainda, as cotas garantiam um empréstimo de R$ 100 milhões do grupo Bertin no Banco do Brasil.

Na terça-feira (11/junho), o juiz Fernando Cúnico, da 5ª Vara Cível de São Paulo, deferiu o pedido de liminar dos Bertin e bloqueou a comercialização das cotas. O grupo diz que isso é só o começo: eles pretendem mover uma ação maior contra a Blessed LLC, de ressarcimento de perdas e danos pelo ilícito praticado.

A J&F nega que seja dona da Blessed LLC. De acordo com documentos do site oficial da JBS, destinados a informar investidores, a Blessed integra o fundo Bertin FIP, justamente aquele em que a família Bertin tem cotas. A J&F diz ainda que a dívida de R$ 100 milhões do grupo Bertin com o BB é de responsabilidade exclusiva da família que o controla, e ela deve responder pelo débito.

Fonte: Folha.com.br, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.