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BC vê risco de alta na inflação

O diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Hamilton de Araújo, afirmou que aumentos excessivos de salários podem levar ao risco de repasse nos preços. Também disse que existe risco de alta da inflação no curto prazo, derivados principalmente dos preços dos alimentos.

O diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Hamilton de Araújo, afirmou que aumentos excessivos de salários podem levar ao risco de repasse nos preços. “É importante que os reajuste salariais ocorram em linha com ganhos de produtividade”, disse Hamilton em entrevista para explicar o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado pela autoridade monetária.

“Não estamos afirmando que excessos estão ocorrendo ou não. Estamos alertando que se houver um excesso, o risco é o repasse para os preços”, disse o diretor, salientando que a margem de ociosidade no mercado de trabalho é muito baixa. De qualquer forma, Hamilton ponderou que o aumento dos salários é importante para a economia brasileira e para o bem-estar da população. Em sua apresentação, ele destacou que o Copom avalia que se reduziram os riscos para concretização de um cenário inflacionário benigno, por causa da reversão dos estímulos monetários e fiscais e também da desaceleração da atividade nas três principais economias do mundo. Também disse que existe risco de alta da inflação no curto prazo, derivados, principalmente, dos preços dos alimentos.

Araújo avalia que parte do recente aumento dos preços das commodities agrícolas “ainda está para ser transmitida aos preços ao consumidor nos próximos trimestres”. Segundo ele, essas commodities têm apresentado “comportamento diferenciado” em relação a outros preços como as commodities energéticas e metálicas. A elevação recente dos itens agrícolas é, para Hamilton, “um risco de curto prazo para os preços de alimentos”.

Durante entrevista sobre o relatório de inflação de setembro, o diretor do BC afirmou que o repasse dos aumentos ao consumidor acontece com uma defasagem de três a seis meses. Para 2011, ele afirmou ainda ser cedo para fazer prognósticos. “Temos de aguardar um pouco. As commodities agrícolas não mostram uma tendência. Às vezes sobem rapidamente e às vezes recuam. Temos que aguardar para ver em que medida os movimentos vão continuar ou não nos próximos trimestres”.

A matéria é de Fábio Graner e Fernando Nakagawa, publicada na Agência Estado, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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