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Bagaço de cana um subproduto nobre

O bagaço da cana de açúcar é um subproduto do processo de extração do caldo, seja este para a produção de açúcar ou de álcool. Com o desenvolvimento da máquina a vapor seu uso intensificou-se e o conceito de co-geração de energia, se desenvolveu paralelamente às inovações tecnológicas. Em função da utilização crescente desse resíduo, na co-geração de energia e uma possível hidrólise em grande escala para produção de etanol, é provável que não sobrará muito bagaço para outras finalidades.

O bagaço da cana de açúcar é um subproduto do processo de extração do caldo, seja este para a produção de açúcar ou de álcool. A principal característica do bagaço da cana é o seu teor de fibra, uma vez que a quantidade de bagaço que se obtém por unidade de massa de cana, depende do teor de fibra. Segundo levantamento do IDEA (2002) o teor médio de fibra para nas usinas paulistas gira em torno de 12,8 %, enquanto na região Nordeste esse valor é da ordem de 15,6 %, dependendo da variedade da cana e do número de cortes.

Tabela 1. Composição geral do bagaço de cana


Por sua vez a fibra apresenta composição conforme tabela 2.

Tabela 2. Composição geral da fibra do bagaço


Em comparação a outros resíduos da agroindústria canavieira, o bagaço é considerado um subproduto nobre utilizado historicamente na geração de calor para os processos de industrialização do açúcar e do álcool. Com o desenvolvimento da máquina a vapor seu uso intensificou-se e o conceito de co-geração de energia, se desenvolveu paralelamente às inovações tecnológicas. Conforme salienta CORTEZ et. al. (1992), a quantidade de uma tonelada de cana moída gera aproximadamente 250 kg de bagaço, que convertido em energia calórica, equivale a 560.000 kcal.

Por outro lado, essa mesma quantidade de cana produz 70 litros de álcool que proporciona 392.000 kcal de energia, ou seja, existe mais energia embutida no bagaço da cana do que no álcool isoladamente. Dentro desse quadro de risco potencial de déficit no abastecimento de energia elétrica e de crise econômico-financeira do setor elétrico, algumas usinas canavieiras começaram a viabilizar investimentos em equipamentos de co-geração mais modernos e eficientes a fim de produzir excedentes de energia elétrica comercializáveis.

Os estudos realizados a respeito da utilização do bagaço com finalidade energética são muitos e apontam sempre para a ampliação dos sistemas de co-geração já instalados, o que requer a substituição de caldeiras melhoria na eficiência de turbinas, ampliação no número de geradores e linhas de transmissão.

O bagaço de cana pode também ser destinado a uma gama enorme de utilização tais como: hidrólise para produção de etanol, produção de biodiesel, síntese de fibras e papelão, alimentação animal, compostagem orgânica, cobertura morta e fabricação de embalagens e artesanatos.

Em função da utilização crescente desse resíduo, na co-geração de energia e uma possível hidrólise em grande escala para produção de etanol, é provável que não sobrará muito bagaço para outras finalidades.

0 Comments

  1. Moacyr Fiorillo Bogado disse:

    Nunca imaginei (nem nenhum leigo) haver mais energia no bagaço que no alcool produzido.

    Dr. João Neiva, quí­mico do extinto IAA, uma das mais brilhantes cabeças com quem que tive oportunidade de conviver, em congresso de melhoristras de cana na década de 60, profetizou que, todo o trabalho desenvolvido no melhoramntro de variedades mais produtivas de sacarose, um dia se voltaria para a produção de celulose. Evidentemente que foi chamado de louco, será que ele estava certo?

    Parabéns pelo artigo.

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