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Avanço na venda da Keystone faz ação da Marfrig disparar

Nem foi preciso pegar carona no otimismo que dominou a B3 por causa da Petrobras, que disparou com a crise entre EUA e Irã. A Marfrig tinha motivos próprios para a alta de 9% no pregão paulista já no começo da manhã de ontem: a expectativa de que está próxima a conclusão da venda da Keystone, sua subsidiária integral americana especializada no fornecimento de carnes a redes de restaurantes.

Anunciada no mês passado, a venda era esperada ainda para este semestre. O gatilho da disparada da Marfrig na bolsa veio com a informação da agência Bloomberg de que as americanas Cargill e Tyson Foods, assim como a chinesa Fosun International, teriam expressado interesse na compra da Keystone.

Ao Valor, pessoas que acompanham as negociação confirmaram que as conversas estão em estágio “avançado” e que a venda deverá sair por entre US$ 2,3 bilhões e US$ 3 bilhões. E acrescentaram um novo potencial interessado no tabuleiro: a também chinesa Cofco, que já é sócia da Keystone na China e não esconde a pretensão de elevar sua participação no mercado de carnes.

O anúncio da venda da Keystone ocorreu em abril em meio à surpreendente aquisição de 51% da americana National Beef, por US$ 1 bilhão (o equivalente a R$ 3,3 bilhões no câmbio da época). A empresa é a quarta maior produtora de carne bovina dos EUA.

Com a tacada, a Marfrig se tornou a segunda maior empresa de carne bovina do mundo, superando Tyson e ficando atrás somente da JBS. Na área financeira, a empresa conseguiu reduzir seu índice de endividamento graças ao lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 1,7 bilhão gerado pela National Beef anualmente. Com isso, houve uma valorização de cerca de 40% da Marfrig na B3 nos dois dias seguintes ao anúncio.

A compra da National Beef e a venda da Keystone representam, para a Marfrig, uma volta às origens, já que a companhia volta a concentrar sua atuação no segmento de carne bovina, onde começou.

Para vender a Keystone, a Marfrig contratou o J. P. Morgan. Desde o começo, a Tyson é encarada no mercado como a mais forte candidata a fechar negócio com a empresa brasileira, uma vez que tem ampliado sua participação em valor agregado e no food-service.

A americana Pilgrim’s Pride, controlada pela JBS, também poderia se interessar pela Keystone, mas por ora seu objetivo é digerir a compra da Moy Park e contribuir para a desalavancagem da dona brasileira.

Fonte: Valor Econômico.

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