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Austrália: rede varejista Woolworths começa a vender carne a pasto certificada

Há não muito tempo atrás, carne bovina rotulada como “produzida a pasto” em um supermercado da Austrália seria vista como suspeita pela maioria dos clientes – vendo-a como uma opção mais barata e menos consistente de compra. Porém, os tempos mudaram. As prioridades dos consumidores também mudaram e se fragmentaram ao longo do tempo, os consumidores agora avaliam a preocupação com fatores como o meio-ambiente e de onde o animal veio. PCAS 1 Nessa semana, pela primeira vez na história, a maior operadora de supermercados da Austrália está começando a vender carne bovina de animais criados a pasto com certificação, com um preço premium com relação à carne de animais alimentados com grãos. As lojas da Woolworths na Austrália a partir dessa semana começaram a estocar em seus departamentos de carnes resfriadas carne bovina de animais criados a pasto sob o selo do Sistema de Garantia de Bovinos Criados a Pasto (Pasturefed Cattle Assurance System – PCAS), fornecida sob um acordo fechado recentemente com o processador, Teys Australia. A nova oferta de carne a pasto deverá estar presente em todas as lojas do país. Inicialmente, o produto aparecerá sob a marca própria do Teys, Grasslands, apoiado pelos padrões do PCAS, mas a ideia é migrar nos próximos meses para uma marca pertencente à Woolworths, dentro da marca macro da companhia. A Macro é a principal marca de “saúde e bem-estar” da Woolworths e inclui ofertas de carne bovina orgânica, entre outros itens. Atualmente é o segmento de marca de mais rápido crescimento no departamento de carnes da Woolworths. Uma vez que o novo produto migre para a fase da marca Macro, a Woolworhs tem planos para uma campanha mais ampla de marketing referente à sua oferta de carne bovina PCAS. Parte disso será feito através da mídia impressa (jornais e publicações sobre estilo de vida e catálogos da Woolworths) ou no canal online, onde a companhia está agora ganhando força considerável. O diretor nacional de comércio de carnes do Woolworths, Andrew Goudie, disse que a companhia planeja se engajar com os clientes sobre a importância da oferta de carne com o apoio da PCAS em várias maneiras. Informações significativas serão incluídas nos rótulos de cada pré-embalagem, frente e verso. Goudie disse que essas informações incluirão: – Credenciais de “natural” e produzida a pasto do produto, incluindo o fato de ser livre de hormônios e antibióticos; – Bem-Estar animal, através de um Sistema de Certificação de Bem-Estar Animal (AAWCS) da indústria. Esse pode ser o primeiro uso do logotipo AAWCS a nível de varejo da Austrália; – Amplas informações sobre sustentabilidade; e – Identidade Meat Standards Australia (MSA), que continua sendo importante de uma perspectiva de afirmação de qualidade da carne. PCAS 3 “Em nossa visão, muitos consumidores apreciam o valor de um padrão industrial como esse, mas não estão tão interessados nos detalhes por trás disso. Eles simplesmente querem que seja certificado por uma organização relevante”. O site Beef Central questionou a Goudie onde a carne bovina de animais criados a pasto com certificação PCAS da Woolworths se situará em termos de preço, entre a carne bovina convencional e sua carne orgânica. “Dependendo do corte, estará entre 10% e 25% de premium com relação ao corte equivalente convencional da Woolworths”, disse ele. Enquanto o preço da carne bovina certificada como orgânica pode ser impactado mais pela seca, cortes equivalentes de carne orgânica na Woolworths pode ficar de 15% acima dos cortes convencionais até mais de 30% em alguns cortes de bifes. Goudie disse que inicialmente as lojas estocarão carne moída e cortes de bife certificados com PCAS. Dependendo da demanda dos clientes, essa gama de produtos pode expandir com o tempo para outros itens, incluindo linhas com valor agregado, como hambúrgueres e salsichas. “Estamos antecipando que haverá uma demanda muito forte para o produto produzido a pasto. É muito importante que possamos ouvir nossos clientes e visemos cumprir com seus requerimentos. A oferta de carne a pasto é parte disso. Um sub-grupo de clientes está buscando itens de carne de animais criados livremente, dentre todas as espécies de proteínas animais, e agora temos isso na carne bovina, de frango, suína e de cordeiro. Estamos obviamente tentando suprir as demandas desses clientes e trabalhamos de perto com as indústrias envolvidas para fazer isso. No caso da carne bovina, a Woolworths trabalhou realmente de perto com o Teys Australia e com o Conselho Pecuário da Austrália, que desenvolveu o padrão PCAS nos últimos 18 meses. É bom para a indústria e é bom para os consumidores, quando podemos estocar um produto de qualidade como esse apoiado pela indústria. Se isso significar que haja melhores retornos aos produtores e maior gama que se adequa melhor aos requerimentos dos consumidores, então, é uma coisa boa”. PCAS 2   O logotipo do PCAS estará proeminentemente na frente da embalagem varejista. É concebível que muitas lojas Woolworths em toda a Austrália possam a partir dessa semana estocar até cinco variações diferentes do mesmo corte, como o striploin, por exemplo. Esses poderiam incluir o corte convencional, um item orgânico, uma linha mais econômica, a linha produzida a pasto certificada pelo PCAS e o corte premium de animais alimentados com grãos por 100 dias da linha “Woolworths Gold”. “Estamos nos movendo a um ponto onde os consumidores têm muitas opções, mesmo dentro de um corte particular de bife. Estamos conscientes disso (o risco de confusão), mas é porque os consumidores estão cada vez mais buscando valores diferentes em suas compras de carne. Clientes diferentes estão procurando produtos diferentes para diferentes ocasiões. Até mesmo o mesmo cliente pode comprar um bife na terça-feira, mas outra versão no sábado de manhã, direcionado pela ocasião, ou estilo de vida, ou até mesmo, questões de conveniência”. Fonte: Beef Central, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

4 Comments

  1. Jose Ricardo Rezende disse:

    A crescente segmentação do mercado de carnes é um avanço da cadeia. Produtores precisam se posicionar. Haverá mercado para vários tipos de processos produtivos. E diversos tipos de carne. Cada um deve avaliar onde pode atuar melhor. E ajustar sua operação para este objetivo. Desde produzir carne barata até carne gourmet. Carne verde e / ou orgânica ou carne de animais confinados, com excelente marmoreio. Esta especialização permitirá melhorar os lucros de quem for competente. Mas também eliminará quem não conseguir ser eficiente.

  2. Flávio Abel disse:

    Exemplo a ser seguido.
    Temos a mercadoria produzida nestes moldes.
    Temos o consumidor ávido por “green foods”, dentro e fora do país.
    Temos associações independentes para certificar.
    Quem vai dar o pontapé inicial?

  3. Ricardo Weiler disse:

    Very good!
    Carne em sistema pastoril-grassfed- é mais saudável e tem muito mais sabor.
    Conserva o ambiente e preserva espécies da flora e fauna.
    É verdadeiramente sustentável.
    Enquanto tiver bons dentes – sempre comer carne a pasto.
    Compactuo como beefproducer no pampa gaucho do Brasil.
    Abraço

  4. Gerardo Evia disse:

    Ricardo suena feo eso de “encuanto tiver bons dentes” también se puede producir carne tierna a pasto.
    Abrazo Gerardo Evia
    Alianza Uruguay

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