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Austrália pode reduzir em 22% exportação de carne bovina no ciclo 2020-2021

O volume de exportações de carne bovina da Austrália pode cair 22% na temporada 2020-2021, para 995 mil toneladas, em linha com a previsão de queda na produção, segundo relatório da Agência Australiana de Agricultura, Recursos Econômicos e Ciências (Abares), divulgado no início desta semana. Em receita, a queda nos embarques deverá ser de 19% no ciclo 2020-21, para 8,9 bilhões de dólares australianos, segundo a Abares.

Estima-se que a produção australiana de carne bovina caia 17% em 2020-21, para 1,9 milhão de toneladas.

O rebanho bovino australiano permanece em seu menor patamar dos últimos 30 anos, atualmente estimado em 21,1 milhões de cabeças – o menor desde 1989-1990. O menor plantel de bovinos e o atual processo de retenção de fêmeas para a reconstrução do plantel bovino restringirão a produção e as exportações de carne bovina no curto prazo, de acordo com estimativa da Abares. No entanto, nos próximos 12 meses (até junho de 2021), a agência espera que o rebanho bovino aumente para 21,5 milhões de cabeças.

Segundo a agência, uma queda de 7% no número de bovinos abatidos entre fevereiro e abril deste ano foi parcialmente compensada por um aumento no peso médio de abate, refletindo o alto número de animais em sistemas de confinamentos e uma parcela decrescente de fêmeas enviadas aos abatedouros – após uma média de 56% em 2019, as taxas de abate de fêmeas caíram para uma média de 52% nos três primeiros meses de 2020.

Estima-se que as taxas de abate de fêmeas continuem caindo ao longo de 2020, à medida que a reconstrução do rebanho ganha impulso, relata a Abares. No entanto, acrescenta a agência, o ritmo de reconstrução do rebanho será limitado em alguns casos pelo alto preço dos animais para reposição e pelo fluxo de caixa limitado após anos de seca.

Mercados

A escassez contínua de proteínas como resultado de surtos de peste suína africana na China continuou a apoiar os preços globais da carne bovina. Os dados até março de 2020 indicam que o impacto geral da Covid-19 nas exportações de carne bovina da Austrália foi pequeno, diz a Abares. Os valores médios dos cortes australianos de exportação foram 5% mais altos no primeiro trimestre de 2020 em comparação com o trimestre anterior e 16% maiores que o mesmo trimestre do ano passado.

A Abares observa que as exportações de carne bovina de alto valor agregado, normalmente destinadas a canais de serviços de alimentação estrangeiros, foram desproporcionalmente afetadas no início da pandemia. Segunda a agência, a Austrália está potencialmente bem posicionada devido aos baixos níveis de transmissão da Covid-19 entre a comunidade.

Se a Austrália conseguir manter esse status e manter suas cadeias de suprimentos funcionando eficientemente, os produtores australianos de carne bovina poderão se beneficiar de interrupções temporárias no fornecimento de países concorrentes, observa a Abares. Também poderia ajudar a Austrália a construir sua reputação como um fornecedor confiável de carne de qualidade, acrescenta.

Principais mercados

O volume de exportações de carne bovina para a China deve atingir 324.000 toneladas em 2019-20, ante 228.000 toneladas no ano passado. Prevê-se que as exportações para os Estados Unidos atinjam 226.000 toneladas em 2019-20, 6% abaixo do volume registrado em 2018-19.

Preferências do consumidor

Alterações nas preferências do consumidor em resposta ao novo coronavírus podem beneficiar as vendas de carne bovina australiana, sugere o relatório da Abares. “Por exemplo, os consumidores chineses vêm substituindo os “mercadões” por grandes supermercados e vendas on-line – canais de distribuição que favorecem a carne bovina australiana, diz a agência. “A mesma tendência de consumo é evidente na Indonésia”, acrescenta.

Em 2018, informa a Abares, a Austrália foi responsável por 42% das importações indonésias de carne bovina (em valor e volume), apesar da intensa concorrência do bife indiano de custo competitivo. “A carne bovina australiana é normalmente vendida em supermercados, serviços de alimentação ou hotéis. O bife indiano é normalmente vendido em mercados úmidos, para fabricantes de bakso (almôndegas) ou em serviços de alimentação”, compara.

Fonte: Portal DBO.

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