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Austrália: MLA lança métrica para avaliar repasse de valor na cadeia produtiva

O Meat and Livestock Australia (MLA) lançou uma nova ferramenta para avaliar a situação da indústria, mas alertou que essa não deveria ser usada isoladamente de outros dados. O diretor gerente do MLA, Scott Hansen, divulgou uma nova métrica, baseada na participação do produtor nos mercado de compra varejista. Essa medida tem sido demandada há anos por um grupo de lobby da indústria, a Associação Australiana de Carne Bovina.

Hansen destacou que embora o volume de carne bovina vendido no mercado doméstico tenha mudado na última década, o valor da carne bovina vendida no comércio doméstico aumentou 16%, ou A$ 850 milhões (US$ 881,03 milhões), desde 2003.  O lançamento do conjunto de dados, que será acompanhado anualmente, estimou a participação de 36,6% para 2012. Isso contrastou favoravelmente com o dado de 30,4% de 2003, quando o MLA fez sua última reunião na Austrália Ocidental. Porém, é necessário considerar a volatilidade entre esse período.

A nova medida é complementar a outras medidas importantes para a indústria, disse ele. Essas incluíram a força do dólar australiano; dados de consumo doméstico; valor e volume exportado; e dados de custos de produção, produzidos pela ABARES. O volume de gado exportado também poderia ser adicionado à lista.

Ele alertou, entretanto, que a participação dos dados de gasto varejista em si são menos importantes do que a tendência ao longo do tempo. Essa é a melhor forma de avalair o que está acontecendo entre os preços ao produtor e os preços que os consumidores estão pagando por sua carne bovina.

A aplicação de uma marca anual de “aprovado” ou “falhou” para o dado seria difícil – novamente, porque a tendência é mais importante no monitoramento sobre onde a indústria está posicionada. “Isso pode refletir custos adicionais após o pagamento ao produtor, no setor de processamento, transporte e varejista, por exemplo, que pode prejudicar os dados ao longo do tempo. Isso também pode refletir se os consumidores estão dispostos a pagar mais pelos benefícios que viram nas marcas de carne bovina sendo desenvolvidas pelos produtores e outros na cadeia de fornecimento”, disse Hansen.

“Entretanto, achamos que isso dará ao MLA uma ferramenta poderosa a mais para basearmos nossas estratégias de investimento, bem como permitirá que os produtores a utilizemadicionem a outras medidas que eles já têm para avaliar a situação da indústria”. Ele disse que o desenvolvimento da medida aconteceu devido a uma discussão sobre o retorno dos financiadores de impostos do MLA, sobre quais informações seriam necessárias para avaliar melhor como a indústria está se saindo.

“As medidas de participação do varejo fornecem uma tendência que nos ajudará a avaliar o que acontece ao longo da cadeia de fornecimento que influencia o resultado final”. Como uma forma de comparação, a participação da indústria de carne bovina dos Estados Unidos no dólar gasto pelo consumidor é atualmente de 51%, mas o MLA ainda não analisou esse cálculo para determinar se é similar ao usado pelos australianos.

Os Estados Unidos calculam a participação no varejo mensalmente por um sistema obrigatório de registro de preços, facilitando todo o processo. Os dados mensais dos Estados Unidos nesse ano foram de 47% a 53% de participação, mostrando uma volatilidade causada principalmente pelo preço do gado. Os custos de processamento após o pagamento ao produtor na indústria dos Estados Unidos são amplamente conhecidos por ser significantemente menores do que na Austrália – algumas vezes, metade. “Isso obviamente aumenta a porcentagem do gasto do consumidor que é possível de ser repassados ao produtor”.

Não é possível comparar esta proporção de gastos entre países, pois as circunstâncias são diferentes. “Mas o que isso permite à indústria australiana é questionar: por que existem essas diferenças em certas áreas e mudanças anuais e como podemos melhorar?”.

“Precisamos nos concentrar no que podemos fazer para garantir que o máximo possível de dólar dos consumidores sejam repassados aos produtores, permitindo que eles reinvistam em seus sistemas de produção para continuar alimentando a população australiana e global. Porém, obviamente qualquer coisa que reduza o custo entre o preço ao produtor e o preço pago pelo consumidor potencialmente permite um fluxo maior dessa participação de volta aos produtores”.

O analista sênior do MLA, Tim McRae, disse que vários países já compilaram dados similares, incluindo Nova Zelândia e Estados Unidos. “Temos que ser cuidadosos sobre como interpretar esses dados. Existe muita literatura econômica que diz que a participação no varejo pode ser um indicador fraco de desempenho”.

McRae disse que como os preços varejistas da carne bovina são menos variáveis, a medida de participação varejista é muito mais influenciada pelo movimento de preços do gado. O preço do gado pode facilmente aumentar em 15-20% em um ano, enquanto o preço da carne no varejo é muito menos volátil – frequentemente mudando somente 0-2% dentro de um ano. McRae disse que algumas pessoas poderiam ficar surpresas em ver a grande mudança (30% a 36,6%) na participação no varejo desde 2003, mas isso reflete em grande parte o movimento do preço do gado no período, e especialmente em 2011-12.

Similarmente, o uso de outras medidas únicas para medir o desempenho da indústria poderia ser perigoso. “Julgar o desempenho da indústria com base no volume de exportação – quase recorde nesse ano – sugeriria que 2012 tem sido muito melhor do que é, porque esses volumes não estão se transferindo aos preços”.

McRae disse que o objetivo de longo prazo é ver a maior participação dos produtores no varejo, porque isso poderia significar preços maiores do gado. “Apesar dessa contribuição, eu não acho que todos deveriam tentar tomar decisões de manejo baseadas somente nessa informação”.

O novo valor de participação no varejo é baseado nos preços do novilho comercializado, transferido em rendimento de carne e, então, dividido pelo preço no varejo, baseado nos dados do Australian Bureau of Statistics. Parte da razão dos dados não serem mais amplamente circulados anteriormente era o risco de uma interpretação errada. Por essa razão, a divulgação anual dos dados virá com uma série de notas de explicação.

Em 12/11/12 – 0,96464 Dólar Australiano = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

A reportagem é do Beefcentral.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

3 Comments

  1. Luis Otávio Pereira Lima - Agro Maripá disse:

    Este novo conceito de ajuste da remuneração do produtor frente ao preço pago pelo consumidor é uma evolução no processo de comercialização da carne que sai do comodismo da oferta e procura. A complexidade da questão que envolve: a sazonalidade do custo de produção (engorda nas águas e sêca), poder aquisitivo do consumidor final e modelo tradicional de industrialização da carne nos remete á questões mais profundas que, propõe um novo modelo para o processo de gestão da comercialização onde, representantes da cadeia sentariam em uma mesa para definir “o processo de comercialização”. A nova proposta quebra o paradigma entre produtores e frigoríficos que estão desgastados em negociações tipo “perde / perde” e coloca uma luz no fundo do túnel para entendimento sobre: satisfação do consumidor, sair do processo industrial tradicional (trazeiro / dianteiro/ ponta de agulha) e ajuste da matéria prima (boi). Parbéns ao Beef point por colocar assunto relevantes para pecuária.

  2. Aleri João Panazzolo disse:

    Aleri João Panazzolo,
    Engenheiro Agricola, 20 anos dedicados exclusivamente a produção de bovinos de corte no Rio Grande do Sul. Assessorando produtores na reengenharia da pecuária de corte.
    Estamos focados num programa integral de produção, transformação e comercialização, com tecnologia para alta qualidade de Carne e Couro.
    Numa pequena escala inicial, mas com o dominio total da produção, distribuida durante o ano todo.
    Cria em pastagens sob irrigação e terminação em confinamento a desmama.
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    Nosso objetivo equilibrio econômico, social e ambiental.
    Preço ao produtor, R$ 4,00/kg no frigorífico, R$ 8,00/kg na casa de carne e R$ 16,00/kg em média dos cortes ao consumidor.
    Já temos nossa marca de carne Nossa Carne – do Rio Grande – Angus e Hereford.
    Nas fazendas integradas está a fonte de matéria prima – novilhos 14 a 18 meses.

    Luiz OtávioPereira Lima. Vamos acreditar que dá.
    Nos fazemos etemos a matéria, o frigo presta serviço, o consumidor nós atendemos.
    Certo.
    Grande abraço.
    Aleri João Panazzolo – 051 9997 7736.
    ajpanazzolo@hotmail.com

  3. Aleri João Panazzolo disse:

    Nossa Carne

    Programa Integral para Produção, Transformação e Comercialização para a cadeia da pecuária de corte, com tecnologia para alta qualidade de Carne e Couro.

    Nossa carne – A marca da melhor carne do Rio grande.
    Certeza de origem
    Somente Novilhos Angus e Hereford
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    Sistemas de Irrigação por pivo central para cria
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    farelo de soja
    Sal branco.
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    Maciez, sabor, alta qualidade………………
    Couro – classificação 2 a 4.

    Que tal. Já temos bons modelos funcionando.
    ajpanazzolo@hotmail.com

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