Austrália: “lodo rosa” nos EUA pode aumentar exportações de carne

Os exportadores de carne bovina da Austrália estão aproveitando os benefícios da controvérsia gerada pelo uso de carne bovina magra de textura fina (LFTB, da sigla em inglês), chamada de “lodo rosa”, nos Estados Unidos, com as exportações de carne bovina e de vitelo a esse mercado devendo aumentar em 28%, para 205.000 toneladas, em 2011/12, de acordo com as previsões da Agência Australiana de Agricultura, Recursos Econômicos e Ciência (Australian Bureau of Agricultural and Resource Economics and Sciences – ABARES).

As exportações ao Japão e Coreia do Sul também estão fortes, enquanto os envios a Taiwan, Oriente Médio, América Latina e Hong Kong estão compensando as menores exportações para Rússia e Indonésia. A ABARES atribuiu a demanda dos Estados Unidos por carne bovina importada aos menores abates de gado e à disseminação pela mídia em março de que 70% da carne moída vendida nos supermercados americanos continham o “lodo rosa”.

Taiwan respondeu aumentando os números de testes conduzidos nas carnes bovinas importadas contendo uma substância proibida, a ractopamina. Isso, por sua vez, levou os envios de carne bovina dos Estados Unidos a esse destino a quase cessarem. As menores importações de carne bovina dos Estados Unidos aumentaram os envios de carne bovina australiana a Taiwan em 2011/12 em cerca de 23%, para 38.000 toneladas, disse a ABARES.

Porém, as exportações de gado em pé à Indonésia deverão cair em cerca de 27%, para 530.000 cabeças, durante o mesmo período, após uma filmagem de gados sendo tratados de forma desumana ter sido divulgadas na rede de televisão ABC. A reação pública a essa filmagem levou as exportações australianas de gado vivo à Indonésia serem suspensas por um mês. O comércio foi retomado, mas as exportações não se recuperaram, com a Indonésia agora buscando a autossuficiência no mercado de carne bovina.

A reportagem é do TheAustralian.com.au, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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