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Austrália: saiba mais sobre o cenário mundial para exportações de carne bovina

O preço médio australiano do gado deverá cair 4% em 2012-13, para A$ 3,15 (US$ 3,29) por quilo (peso carcaça). A demanda por reposição deverá continuar, apesar de em um ritmo mais lento do que nas duas estações anteriores, quando as condições favoráveis estimularam os produtores a expandir seus rebanhos. O tamanho do rebanho está em seu maior nível em mais de 30 anos e a oferta de gado para abate deverá aumentar no próximo ano. A demanda por exportação dos Estados Unidos e dos mercados emergentes deverá permanecer forte, apesar de que o comércio com mercados tradicionais (como Japão e Coreia) deve continuar lento.  Isto reflete os impactos da maior competição com outros importantes exportadores de carne bovina e um valor maior considerado para o dólar australiano, especialmente com relação ao dólar dos Estados Unidos.

Crescimento do rebanho deverá desacelerar para 2% em 2012-13, para 30,5 milhões de animais

A menor demanda por gado de reposição comparado com os dois anos anteriores deverá contribuir para o crescimento do rebanho bovino nacional desacelerar para 2% em 2012-13, para 30,5 milhões de cabeças. Isso se compara com uma taxa estimada de crescimento de 5% em 2011-12, quando as condições climáticas favoráveis levaram ao crescimento significante de pastagens. Os produtores responderam às condições climáticas favoráveis comprando gado e retendo estoques de cria. Refletindo o efeito da reconstrução do rebanho, os abates de fêmeas caíram 7% em 2011-12, para 3,1 milhões de cabeças, o menor em 16 anos.

Abate de bovinos aumentará 3% em 2012-13, para 8,1 milhões de animais

Em 2012-13, o abate de bovinos deverá aumentar em 3%, para 8,1 milhões de cabeças, devido a um aumento na produção de carne bovina de 2,2 milhões de toneladas. Após mais de dois anos de reconstrução do rebanho, a oferta de gado para abate deverá aumentar. O peso das carcaças no próximo ano deverá ficar em média menor que os altos valores de 2011-12, por causa do aumento esperado no abate de fêmeas mais leves.

Em 2011-12, os abates de bovinos australianos caíram 3%, para 7,9 milhões de cabeças, seu menor nível desde 1985-86. Entretanto, a produção de carne bovina caiu menos de 1% com relação ao ano anterior, principalmente como resultado do maior abate de machos mais pesados, que contribuíram para um aumento de 2% no peso médio das carcaças adultas, para um recorde de 288 quilos.

Crescimento de 1% nas exportações em 2012-13: 955 mil toneladas

As exportações de carne bovina e de vitelo da Austrália deverão aumentar 1% em 2012-13, para 955.000 toneladas. Isso reflete o maior volume enviado aos Estados Unidos e a muitos mercados menores compensando as menores exportações ao Japão e à Coreia. Com o dólar australiano devendo se manter relativamente alto em 2012-13, a forte competição provavelmente continuará nos mercados tradicionais do Japão e da Coreia, especialmente com a carne importada dos Estados Unidos.

Apesar do pequeno aumento na previsão no volume de exportação, o valor total das exportações de carne bovina e de vitelo da Austrália permaneceu próximo a A$ 4,5 bilhões (US$ 4,7 bilhões) em 2012-13. A demanda do Japão e da Coreia, que representam cerca de 45% das exportações de carne bovina e de vitelo, deverá mudar de cortes resfriados de maior valor e cortes de animais confinados para variedades mais baratas de cortes congelados de animais criados a pasto. Nos Estados Unidos, o crescimento da demanda em 2012-13 continuará sendo para carne bovina processada. Para mercados no Sudeste da Ásia e Oriente Médio, os envios deverão aumentar.

Exportações australianas aos Estados Unidos

As exportações australianas de carne bovina e de vitelo aos Estados Unidos em 2012-13 deverão aumentar para 215.000 toneladas, 5% a mais que em 2011-12, mas ainda abaixo da média dos últimos 10 anos, de 277.000 toneladas. A maior demanda dos Estados Unidos por carne bovina processada em 2012-13 será suprida por uma combinação de maiores importações e contínua liquidação do rebanho bovino de corte e de leite dos Estados Unidos.

A ruin condição climática dos Estados Unidos resultou na proporção de gado das regiões produtoras do país afetados pela seca aumentando para mais de 70%. Os preços muito mais altos dos alimentos animais deverão resultar na deterioração das margens dos produtores e contribuir para a contínua liquidação do rebanho bovino em 2012-13.

Com a expectativa de contínuo abate de gado leiteiro e de corte, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou sua previsão de produção de carne bovina do país em 2012-13, de 11,2 milhões de toneladas (5% a menos que em 2011-12) para 11,5 milhões de toneladas (2% a menos que em 2011-12). A maioria da carne bovina produzida nos Estados Unidos é carne “marmorizada”, de animais alimentados com grãos, que não é um substituto perfeito para a carne bovina “magra”, de animais criados a pasto, da Austrália. A carne bovina australiana é principalmente usada nesse mercado para misturar com a carne gorda dos Estados Unidos para produtos alimentícios, como hambúrgueres. Os maiores abates de vacas leiteiras provavelmente deverá ser uma importante fonte de competição com a carne bovina australiana no mercado dos Estados Unidos no curto prazo.

Em 2011-12, as exportações de carne bovina e de vitelo da Austrália aos Estados Unidos aumentaram 29%, para 206.000 toneladas, após declínios de 24% e 25%, respectivamente, em 2010-11 e 2009-10. A demanda por importação dos Estados Unidos para carne bovina aumentou em 2011-12, refletindo uma queda de 3% nos abates de bovinos dos Estados Unidos, para 34,3 milhões de cabeças, e uma queda de 2% na produção de carne bovina dos Estados Unidos, para 11,8 milhões de toneladas.

Exportações australianas de carne bovina ao Japão cairão 3%, para 315 mil toneladas

Em 2012-13, as exportações de carne bovina e de vitelo da Austrália ao Japão deverão cair 3%, para 315.000 toneladas, principalmente por causa do aumento das exportações dos Estados Unidos ao mercado japonês. Ajudada por uma taxa de câmbio competitiva, a carne bovina dos Estados Unidos deverá continuar deslocando a carne de outros importantes fornecedores ao Japão, como Austrália, Nova Zelândia e Canadá.

A demanda por carne bovina de animais alimentados com grãos dos Estados Unidos, tipicamente preferida sobre à carne australiana devido às suas altas taxas de marmoreio, deverá continuar aumentando, resultando em mais declínios nas exportações australianas de cortes resfriados de alto valor. Ao contrário, as exportações australianas de cortes congelados de menor valor, principalmente consumidos no setor de foodservice, deverão permanecer altos durante o próximo ano.

Em 2011-13, as exportações australianas de carne bovina e de vitelo ao Japão caíram 7%, para 326.000 toneladas, o menor volume em nove anos. Um aumento na proporção de carne bovina congelada mais barata exportada ao Japão em 2011-12 levou a um declínio de 4% no preço médio por unidade exportada. Em contraste, as exportações de carne bovina dos Estados Unidos ao Japão aumentaram 7% em 2011-12, para 137.000 toneladas, com um aumento de 10.000 toneladas na carne bovina resfriada. Desde o pico de 2004-05, o valor das exportações de carne bovina australiana ao Japão caiu em mais de 35%, para A$ 1,58 bilhão (US$ 1,65 bilhão) em 2011-12.

Exportações para a Coreia devem cair 9%, para 112 mil toneladas

As exportações australianas de carne bovina e de vitelo para a Coreia deverão declinar 9% em 2012-13, para 112.000 toneladas, refletindo a maior produção de carne na Coreia e maior competição no mercado, especialmente com a carne dos Estados Unidos. O abate de gado coreano deverá se manter historicamente altos em 2012-13, devido ao alto custo dos alimentos para animais e o programa do Governo da Coreia de 30 bilhões de won (US$ 26,83 milhões) para estimular os produtores a aumentarem os abates.

Pagamentos de 300.000 won (US$ 268,38) por cabeça para vacas e 500.000 won (US$ 447,29) por cabeça para novilhas será feito aos produtores para reduzir o número de fêmeas com desempenho menor de produção em 200.000 cabeças até dezembro de 2013. O programa foi implementado para impulsionar o crescimento do rebanho e estimular os preços do gado em médio prazo. Em curto prazo, as maiores ofertas de carne bovina doméstica na Coreia levará à menor demanda por carne bovina importada, das quais 50% são fornecidas atualmente pela Austrália.

A maior competição no mercado de carne bovina importada da Coreia com fornecedores alternativos também deverá contribuir para a redução nas exportações australianas em 2012-13. A participação dos Estados Unidos nas importações de carne bovina da Coreia deverá aumentar no próximo ano, após o relaxamento dos controles de importação impostos em abril de 2012, por causa da descoberta de uma vaca leiteira infectada com encefalopatia espongiforme bovina (EEB – Vaca Louca) na Califórnia.

O valor relativamente baixo do dólar dos Estados Unidos e a redução nas tarifas aplicadas à carne bovina dos Estados Unidos pelo Acordo de Livre Comércio Coreia-Estados Unidos para 34,65% (comparado com 40% para a carne australiana) também deverá facilitar o crescimento da participação da carne bovina dos Estados Unidos no mercado coreano. Ainda, mais competição virá da América Latina. Em julho de 2012, o Governo coreano anunciou que as importações de carne bovina do Chile seriam permitidas. Inspeções de abatedouros do Uruguai também deverão ser feitas, com o objetivo de retomar as importações de carne bovina uruguaia sem osso. As importações uruguaias eram anteriormente permitidas, mas pararam em 2001, após a descoberta de febre aftosa nesse país.

Mercados emergentes cada vez mais importantes como consumidores de carne bovina

As exportações australianas de carne bovina e de vitelo a outros mercados que não o Japão, Estados Unidos e Coreia aumentaram 3% em 2011-12, para 294.000 toneladas, representando 31% do total dos volumes exportados. Isso foi um aumento de 12% com relação ao volume de cinco anos atrás. O retorno médio de exportação desses mercados em 2011-12 aumentaram 8% com relação ao ano anterior, para A$ 4,91 (US$ 5,13) por quilo. Isso reflete um aumento de 34% nos envios de carne bovina resfriada de maior valor a esses mercados e a menor competição com a carne dos Estados Unidos. Em comparação, as exportações australianas de carne bovina ao Japão, Estados Unidos e Coreia em 2011-12 tiveram um valor médio de A$ 4,75, A$ 4,37 e A$ 4,66 (US$ 4,96, US$ 4,56 e US$ 4,87) por quilo, respectivamente.

As exportações para mercados menores e emergentes deverão aumentar também em 2012-13, para 313.000 toneladas. As exportações ao Sudeste da Ásia e Oriente Médio deverão aumentar, à medida que os exportadores australianos buscam mercados que ofereçam maior retorno por quilo do que aqueles do Norte da Ásia, pelo menos em curto prazo.

Exportações de gado em pé devem cair 17% em 2012-13

Em 2011-12, as exportações de gado vivo caíram 21%, para 590.000 cabeças. O maior declínio ocorreu nas vendas de gado para a Indonésia, que caíram em 81.000 cabeças, para 375.000 cabeças, por causa de menores permissões de importação pelo Governo. Além disso, os envios à Turquia e Arábia Saudita em 2011-12 caíram em 64.00 cabeças e 20.000 cabeças, respectivamente. Parcialmente compensando esses declínios estiveram as maiores exportações para Israel, Filipinas e Egito.

As exportações de gado vivo da Austrália deverão cair 17% em 2012-13, para cerca de 480.000 cabeças. Os envios à Indonésia deverão declinar. Considerando que a cota de importação de gado vivo em 2012 permaneça sem mudanças, somente 98.000 cabeças serão exportadas à Indonésia durante a primeira metade de 2012-13, comparado com 191.000 cabeças no mesmo período de 2011-12.

Em 1o de setembro de 2012, o Sistema de Garantia da Cadeia de Fornecimento de Exportação (ESCAS) foi estendido para uma segunda parcela de mercados de exportação de gado australiano. A implementação do sistema para Israel, Japão, Jordânia, Malásia, Omã, Filipinas, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos se somou ao sistema para Indonésia, Egito e a primeira parcela de países que inclui Kuwait, Bahrain, Qatar e Turquia, para os quais a ESCAS foi implementado em 1o de março de 2012. Isso significa que as reformas do Governo australiano agora se aplicam a 99% do comércio de gado da Austrália.

Algumas cadeias de fornecimento em países cobertos pela segunda parcela de implementação do ESCAS não foram certificadas em 1o de setembro de 2012. É de responsabilidade de exportadores individuais garantir que as cadeias de fornecimento em países importadores cumpram os requerimentos do ESCAS. As falhas em obter a aprovação do ESCAS para a cadeia de fornecimento em um país importador proíbe o envio de gado australiano para essa cadeia de fornecimento. Todo o gado australiano serão exportados pelo sistema até o final de 2012.

Fonte: Departamento de Agricultura da Austrália (ABARES)

1 Comment

  1. renato Tavares Lanna disse:

    Sera o que o Brasil vai perder competitividade nas exportações bovinas? Ou o mercado Mundial continua crescendo para absolver esta maior demanda?

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