Aurora faz acordo com MPT para garantir medidas contra covid-19

A Aurora Alimentos, central de cooperativas de origem catarinense, firmou nesta sexta-feira um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT). O acordo, válido pra três abatedouros da cooperativa no Rio Grande do Sul, visa a assegurar a saúde e a segurança dos trabalhadores em meio à pandemia de covid-19.

Na indústria frigorífica brasileira, o Rio Grande do Sul é o Estado que apresenta mais casos de covid-19 até agora, o que pode levar à interdição de abatedouros de aves e afetar a produção de carnes.

Atualmente, a unidade da Seara, que pertence à JBS, em Passo Fundo (RS) já está interditada. O município só tem menos casos de covid-19 do que a capital Porto Alegre. A incidência por 100 mil habitantes também é alta.

Conforme o Valor já informou, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) também avalia pedir a interdição dos abatedouros da BRF e da Minuano localizados no município de Lajeado, outra cidade gaúcha com alto índice de contaminação.

Antes da Aurora, que firmou nesta sexta-feira um acordo válido para as plantas localizadas nos municípios gaúchos de Erechim e Sarandi, o MPT já havia assinado um TAC com a Minuano e um acordo de âmbito nacional com a BRF, maior agroindústria de aves e suínos do país.

A JBS, dona da Seara, se recusou a firmar um acordo com o MPT, alegando que já adotou todos os procedimentos de segurança. A procuradora Priscila Schvarcz vem criticando a postura da companhia.

Entre as medidas acordadas pela Aurora com o MPT, estão o distanciamento mínimo de 1 metro entre trabalhadores do setor produtivo e a implantação de anteparos físicos entre os postos de trabalho ou o fornecimento de protetores de viseira.

Medidas como a limitação, em 50%, da capacidade dos ônibus que transportam os funcionários e a disponibilização de testes de diagnóstico de covid-19 nos municípios onde o Sistema Único de Saúde (SUS) não realizam os exames também fazem parte do acordo com o MPT.

A situação dos frigoríficos é fonte de constante preocupação entre autoridades, que buscam conciliar a garantia do abastecimento de alimentos e a saúde dos trabalhadores.

Nos Estados Unidos, uma onda de infecções levou ao fechamento de dezenas de abatedouros, colocando em risco a oferta de carnes do país. Em reação, o presidente Donald Trump publicou nesta semana uma ordem executiva para garantir o funcionamento das indústrias de carnes.

A JBS, que é uma das maiores produtoras de carnes dos EUA, fechou temporariamente quatro abatedouros no país. Uma das mais importantes plantas da companhia, unidade de Greeley, no Estado americano Colorado, foi reaberta na sexta-feira passada e voltou apresentar forte aumento no número de funcionários contaminados, de acordo com o sindicato que representa os trabalhadores.

Fonte: Valor Econômico.