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Audiência pública debaterá erros no Censo Agropecuário

A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal aprovou nesta terça-feira (17), requerimento da presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, para que seja realizada audiência pública para esclarecer os erros apurados no Censo Agropecuário de 2006, divulgado pelo IBGE. Quando foi lançado, em setembro, o estudo indicava que teria ocorrido um aumento na concentração de terras na comparação com o Censo anterior, de 1996. Cerca de um mês depois, o IBGE apresentou uma retratação e admitiu o contrário., ou seja, que houve recuo na concentração, com aumento da distribuição de terras nesse intervalo de dez anos.

A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal aprovou nesta terça-feira (17), requerimento da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), para que seja realizada audiência pública para esclarecer os erros apurados no Censo Agropecuário de 2006, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando foi lançado, em setembro, o estudo indicava que teria ocorrido um aumento na concentração de terras na comparação com o Censo anterior, de 1996. Cerca de um mês depois, o IBGE apresentou uma retratação e admitiu o contrário., ou seja, que houve recuo na concentração, com aumento da distribuição de terras nesse intervalo de dez anos.

“Será necessário demonstrar quanto esses constrangedores equívocos primários cometidos pelo IBGE podem prejudicar o Brasil e a sua principal atividade, que é o agronegócio”, disse a senadora Kátia Abreu. A audiência pública deverá ocorrer na próxima semana. Conforme solicitado pela presidente da CNA, deverão participar da audiência pública Rodolfo Hoffmann, professor de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Ignez Vidigal Lopes, professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e especialista em Estatística; Eduardo Pereira Nunes, presidente do IBGE; e um representante da CNA. Hoffmann, destacou a senadora, foi o primeiro estudioso a apontar os erros no Censo Agropecuário de 2006 do IBGE. A proposta é que a audiência seja realizada em conjunto com a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), do Senado.

A presidente da CNA alertou que há erros ‘crassos’ e ‘gritantes’ no Censo Agropecuário 2006. Destacou que o IBGE realiza regularmente duas linhas de estudo sobre a produção rural brasileira: a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), realizada anualmente, e Censo Agropecuário, preparado a cada dez anos, e que essas duas pesquisas, preparadas pelo mesmo órgão, apresentam diferenças bastante fortes nos resultados. Por isso a necessidade da audiência pública para esclarecer os erros do Censo Agropecuário 2006, alertou a senadora.

“Se compararmos dados da PPM e do Censo, que são preparados pelo mesmo órgão, ambos com dados do mesmo ano, ou seja, de 2006, sumiram com 5,2 bilhões de litros de leite, 21% a menos”, destacou Kátia Abreu. Essa diferença representa a divergência entre a PPM de 2006, que apontou para produção de 25,3 bilhões de litros de leite; e o Censo 2006, que indicou oferta de 20,1 bilhões de litros de leite. Outra incoerência é o rebanho bovino de 205,9 milhões de cabeças apontado pela PPM e de 171,6 milhões de cabeças indicado pelo Censo, uma diferença de 34,3 milhões de bovinos, em estudos da mesma instituição de pesquisa, criticou a senadora.

O Censo Agropecuário 2006 foi originalmente divulgado em 30 de setembro deste ano, apontando erroneamente que o Brasil teria enfrentado um processo de concentração das propriedades rurais. Mais de um mês depois, em cinco de novembro, o IBGE admitiu que errou no cálculo do índice de Gini e divulgou uma curta nota à imprensa advertindo que havia ocorrido o contrário, ou seja, houve um processo de desconcentração de propriedades nos últimos dez anos. “Houve um equívoco grande, mas não sabemos se foi um equivoco de verdade ou se foi mal intencionado, pois o IBGE ganhou as manchetes dos jornais por mais de dez dias, denunciando que havia um aumento na concentração de terras no Brasil. E o que houve foi exatamente o contrário”, destacou Kátia Abreu.

A presidente da CNA alertou que o Censo Agropecuário serve como norteador para programas de investimento, políticas públicas e relações de mercado. Se o Censo está errado, a percepção global sobre a agropecuária brasileira fica equivocada, advertiu. “O dia em que um país duvidar da ciência, da sua entidade de pesquisa, estaremos fadados ao fracasso e ao insucesso. A pesquisa, no mundo inteiro, apesar de ser feita por órgãos governamentais, é totalmente independente, sendo inadmissível o aparelhamento dessas instituições sob qualquer hipótese”, concluiu Kátia Abreu.

As informações são da CNA, adaptadas e resumidas pela Equipe AgriPoint.

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