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‘Ataque à imagem do Brasil veio para ficar’

As ações do que o governo identifica como parte de uma campanha para manchar a imagem do país no exterior “vieram para ficar”, afirmou ontem Alexandre Ghisleni, diretor do Departamento de Promoção do Agronegócio do Ministério das Relações Exteriores. E no combate a essas tentativas, disse ele, é preciso afastar o “mito” de que apenas o preço atrativo dos produtos é capaz de sustentar o comércio. 

Na visão do diplomata, a estratégia de países concorrentes e importadores em afetar a reputação do Brasil já atrapalha interesses nacionais de maneira mais ampla. “Hoje existe preferência por preço, mas a imagem se espalha e contamina outros setores do agronegócio e do Brasil como um todo. Afeta o nome do país. Se analisarmos a repercussão que está tendo a assinatura do acordo Mercosul-União Europeia, vemos que é uma questão séria”, disse Ghisleni em um evento online.Na opinião do diretor, a “marca país” deve estar dissociada de quem ocupa determinados cargos e precisa ser liderada pelo setor privado, com o auxílio do governo. “Precisamos contrarrestar as informações erradas, distorcidas, fora de contexto, levantadas por setores estrangeiros com objetivos protecionistas, a fim de restabelecer a igualdade e a isonomia na questão da concorrência com os demais países”, afirmou. 

Ele citou, por exemplo, que a área desmatada ou queimada em 2019 para plantio de soja foi ínfima. “Se quiser achar soja produzida em região desmatada, existem 99,9% de chances de não encontrar”. 

Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), afirmou no mesmo evento que as críticas internacionais são mais ligadas ao processo político e de gestão ambiental no Brasil do que diretamente ao setor produtivo. “Não existe, a não ser pela carne, nenhum movimento sério e organizado contra o agronegócio brasileiro no exterior”, destacou Brito. 

Monitoramento do Twitter feito pela Abag mostrou que de janeiro a setembro deste ano houve mais de 95 mil postagens negativas sobre o Brasil e 386 milhões de usuários alcançados. Mas o foco das divulgações foi a questão ambiental em geral, e não a produção em si.

“O agronegócio brasileiro, com um carimbo de Amazônia sustentável, não tem para ninguém”, disse. Brito lembrou que a reverberação negativa da administração ambiental brasileira se alastrou também pelos Estados Unidos por causa da campanha eleitoral. “É muito comum a gente dizer que é coisa de europeu bater no Brasil. Mas tivemos uma carga também nos EUA”

Fonte: Valor Econômico.

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