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Aspectos ambientais relacionados à ingestão de água de bovinos confinados

A quantidade total de água disponível à bovinos confinados é uma variável essencial no planejamento do confinamento, interferindo diretamente na ingestão de alimentos e, consequentemente, no desempenho e retorno econômico do processo. Desde o projeto das instalações, estimativa correta da quantidade de água ingerida pelos animais é um fator determinante no sucesso do mesmo, visto que o subdimensionamento dos reservatórios, bem como dos bebedouros irá limitar o total de animais a ser confinados. Já o superdimensionamento, irá levar a aumento dos custos de instalação por animal.

A quantidade total de água disponível à bovinos confinados é uma variável essencial no planejamento do confinamento, interferindo diretamente na ingestão de alimentos e, consequentemente, no desempenho e retorno econômico do processo. Desde o projeto das instalações, estimativa correta da quantidade de água ingerida pelos animais é um fator determinante no sucesso do mesmo, visto que o subdimensionamento dos reservatórios, bem como dos bebedouros irá limitar o total de animais a ser confinados. Já o superdimensionamento, irá levar a aumento dos custos de instalação por animal. Fatores como a temperatura e umidade local interferem diretamente no consumo total de água/cabeça/dia, devendo-se levar em consideração a região de instalação do confinamento, bem como, o período do ano que será realizado o confinamento.

Arias e Mader (2011) avaliaram os fatores ambientais relacionados à ingestão total de água/animal/dia. Foram realizados 7 experimentos, avaliando-se diferentes períodos do ano, temperatura ambiente (mínima, máxima e média), umidade relativa do ar, velocidade do vento, precipitação e radiação solar. Fatores como manejo de alimentação e inclusão de ingredientes como sal e gordura, que afetaram o consumo de água, foram descartados da avaliação.

Foi observado uma diferença de 87,3% no consumo total de água ingerida pelos animais entre verão e inverno, sendo maior no verão (Tabela 1).

Tabela 1. Relação entre temperatura ambiente máxima, mínima, média e ingestão total de água e matéria seca

A observação da interferência direta dos fatores climáticos sobre a ingestão total de água nos mostra e evidencia que, para regiões de climas tropicais e com confinamento de animais período de inverno, como no Brasil, temos clima seco e altas temperaturas, o que determinam o aumento do consumo total de água/cabeça/dia. Também podemos observar uma relação entre temperatura, ingestão de água e ingestão de alimentos, sendo que com maiores temperaturas temos queda na ingestão de matéria seca e aumento da ingestão de água. A queda de ingestão de matéria é terrível ao processo de confinamento, pois irá determinar queda de desempenho e conseqüente inviabilidade econômica do processo. Portanto, em condições de Brasil Central no período de inverno, com altas temperaturas e baixa umidade, temos um aumento da necessidade de ingestão de água pelos animais. A disponibilidade de água de boa qualidade em quantidades adequadas será determinante ao resultado final do confinamento. Vale lembrar que, o mal dimensionamento de bebedouros e/ou vazão total de água, levará a limitação na oferta de água aos animais, visto que o consumo se concentra em alguns períodos logo após o fornecimento de alimentos.

O aumento observado no consumo de água em relação ao aumento da temperatura ambiente está diretamente relacionado ao conforto térmico dos animais, que usam a troca direta de calor e processos evaporativos para manutenção da temperatura corporal (Beed e Coolier, 1986). Devido o incremento calórico da dieta, o aumento da temperatura corporal é mais intenso após o fornecimento de alimento e nas horas mais quentes do dia.

É evidente o efeito dos aspectos ambientais sobre a ingestão de água e de alimentos em bovinos confinados, sendo que as necessidades se concentram em alguns momentos do dia, exigindo mais do que um bom dimensionamento em relação quantidade de água disponível aos animais, mas um sistema capaz de repor rapidamente a disponibilidade de água. É importante ressaltar que além da quantidade, a qualidade de água disponível a bovinos confinados é de extrema importância, visto que a baixa qualidade de água não impedirá o consumo de água pelos animais, porém irá limitar a quantidade de água ingerida e consequentemente a quantidade de alimentos e o ganho de peso dos animais.

Referências bibliográficas:

ARIAS, R.A.; MADER, T.L. Environmental factors affecting daily water intake on cattle finished in feedlots. J. Anim. Sci., v. 89, p. 245-251, 2011.

BEED, D.K.; COLLIER, R.J. Potential nutritional strategies for intensively managed cattle during thermal stress. J. Anim. Sci., v. 62, p. 543-554.

0 Comments

  1. Guilherme Zóia milteburg disse:

    Muito bom trabalho , mas acreditio que para nossa realidade de Brasil central esses dados seriam muito diferentes, pois na tabela apresentada a cima tem-se uma temperatura maxima de 27,5 graus C , enquanto aqui no BR pode chegar a 42 graus C , prescisamos de trabalhos como este, mas com o nosso gado e nossas temperaturas.

  2. MAGNO NARCISO GONÇALVES disse:

    Ok !!!

    preciso estar integrado ao mercado de bovinicultura de corte.

    Att, Magno Narciso.

  3. Paulo Cesar Cia disse:

    o autor da matéria tem o ganho de peso dos respectivos consumo de agua X MS?

    abraços

  4. André Alves de Souza disse:

    Prezado Paulo,
    Os valores de ingestão de água e matéria seca estão descritos na tabela dentro do artigo. Os dados de ganho de peso, deverão ser publicados em outro trabalho científico, juntamente com os daods de carcaça, fato que ainda não ocorreu, visto que o trabalho citado é de jan/2011. Assim que tivermos a publicação desses dados. faremos novo artigo no site.

    Grande abraço.

  5. André Alves de Souza disse:

    Prezado Guilherme,
    Realmente seria muito importante termos dados locais, porém os dados apresentados nos mostram grande variação de consumo de alimentos e água em relação às variações de temperatura, o que determinará poderá levar à queda de produção, principalmente pelo fato citado por vc…as altas temperaturas de Brasil Central.

    Grande abraço!

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