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Argentina traça novas estratégias para demonstrar a sustentabilidade da pecuária pastoril

O Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina instalou uma unidade de pesquisa na Europa para fazer trabalhos conjuntos com centros de referência locais e fornecer informações confiáveis aos mercados. Uma das prioridades é demonstrar a sustentabilidade da pecuária pastoril intensiva do país.

O Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina instalou uma unidade de pesquisa na Europa para fazer trabalhos conjuntos com centros de referência locais e fornecer informações confiáveis aos mercados. Uma das prioridades é demonstrar a sustentabilidade da pecuária pastoril intensiva do país.

“Na Europa, para o público, a intensificação é sinônimo de contaminação ambiental. Por isso, buscamos demonstrar que os novos sistemas pastoris intensivos da Argentina são mais sustentáveis que os sistemas extensivos somente a pasto de dez anos atrás. Estamos fazendo isso de forma conjunta com pesquisadores europeus para ganhar credibilidade”, disse o engenheiro agrônomo, Daniel Rearte, coordenador do Labintex, unidade de pesquisa do INTA em Montpellier, França, com relação ao trabalho exposto no Congresso Internacional de Ciência e Tecnologia da Carne (ICoMST 2014), que foi realizado há poucos dias no Uruguai.

Na Argentina, pensa-se que a qualidade é o atributo mais importante da carne e, sem dúvida, é, mas hoje, a Europa está de olho anteriormente na sustentabilidade ambiental: é seu paradigma. “Vim à França com a ideia de mostrar o alto valor nutritivo de nossas carnes, mas aqui, perguntaram quanto metano geramos por cada quilo de carne produzido”. Nesse sentido, os países da América do Sul estão na mira, já que seus sistemas pastoris são considerados responsáveis de altas emissões de metano entérico. “Por isso, priorizou-se essa pesquisa. Contar com dados próprios é a única maneira de sermos criveis”.

O principal objetivo é medir quanto gás metano produzem os rebanhos nos novos modelos pastoris argentinos, algo que até agora se estimava mediante equações de outros países, que não necessariamente refletem a situação total. “Há que se levar em conta que a emissão líquida depende da genética, mas também, do componente nutricional. Isso está de acordo com o tipo de abordagem”.

No projeto, incorporou-se uma pesquisadora argentina que estava finalizando seu doutorado em Edimburgo em emissões entéricas de gado a pasto. Atualmente, está trabalhando em Balcarce com o mesmo equipamento e metodologia do centro europeu.

No segundo módulo, será determinada que tecnologia a Argentina utilizará para mitigar as emissões, ou seja, como se alimentará o gado e como se manejará o pasto. Finalmente, será trabalhado sobre a genômica dos microrganismos do rúmen para conhecer sua dinâmica, algo fundamental na hora de buscar ferramentas de superação.

Rearte pensa que a Argentina tem grandes possibilidades de avançar em matéria de sustentabilidade ambiental. “Nossa vantagem é que temos uma margem importante para aumentar a produção de carne, melhorando a eficiência do rebanho. É algo que a Austrália, por exemplo, não pode fazer, porque já tem uma alta taxa de extração”. Ele disse que “hoje, temos muitas vacas que não dão bezerro e emitem metano da mesma maneira.

Se dividisse esse metano por quilo de carne dá muito e isso é o que miram os mercados internacionais”.

“Em 2020, embora devamos manter 51 milhões de cabeças, a produção de carne crescerá para 3,2 milhões de toneladas, graças ao fato de a extração dever avançar de 25 a 28%. Portanto, a emissão baixará 38 a 35 quilos de CH4 CO2-eq por quilo de carne”.

Fonte: Valor Carne, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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