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Argentina teme mobilização de caminhoneiros semelhante à do Brasil

A Argentina teme uma mobilização de caminhoneiros semelhante à que o Brasil viveu recentemente, depois de caminhoneiros autônomos bloquearem algumas das principais vias de acesso a Buenos Aires, nesta quarta-feira (6). O sindicalista Hugo Moyano ameaçou convocar uma greve nacional do setor.

Enquanto caminhoneiros autônomos protestavam contra o reajuste nos preços dos pedágios e nos preços de combustível, que entraram em vigor no início do mês, Moyano pediu nova renegociação salarial com o governo do presidente Mauricio Macri. Ele argumenta que o reajuste dos salários deve ser de 27% e não 15%, como acordado anteriormente, dado o aumento da expectativa de inflação.

Thomaz Favaro, da consultoria Control Risks, afirma que não é possível separar as agendas dos motoristas de caminhão autônomos da dos sindicalizados.

“As agendas têm nuances importantes, mas se complementam”, diz ele. “O risco de uma paralisação se estender por um período de tempo maior e afetar as cadeias produtivas da Argentina é real. A relação entre Macri e Moyano vem se deteriorando nos últimos meses.”
Caminhão x Trem

Nos últimos 15 anos, observa Pablo Knopoff, do Instituto Isonomía, em Buenos Aires, o poder do Sindicato dos Caminhoneiros cresceu muito, pois boa parte do transporte de carga feito por navios e trens passou a ser feito por caminhões.

“Em um país com agroindústria em todo canto, os caminhões são uma parte fundamental da economia. Uma paralisação de caminhões significaria não apenas problemas de abastecimento de alimentos, mas também de combustível”, afirma.

No início do ano, o governo projetava inflação de 15% para 2018. Relatório do Banco Central publicado depois da recente crise cambial afirma, no entanto, que a inflação poderá encerrar o ano em mais de 27%.

“Não há dúvida de que a briga por renegociação salarial contaminará outros setores”, diz Favaro. “O aumento da inflação e das expectativas de inflação vão aumentar a pressão para o governo reabrir as negociações salariais e a pressão não se limitará aos caminhoneiros.”

Fonte: Valor Econômico.

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