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Argentina: setor perde com intervenção do Governo

Devido às intervenções do Governo da Argentina sobre o mercado de carnes, o país não só perdeu de exportar US$ 487 milhões em 2008, ao destinar mais carne para o consumo interno, mas também, do bolso dos cidadãos do país saíram 110 milhões de pesos (US$ 33,04 milhões) para compensar os que produzem animais mais leves. O objetivo do subsídio foi terminar mais rápido os 1,3 milhão de animais que poderiam ter sido exportados e que se destinaram ao consumo interno.

Devido às intervenções do Governo da Argentina sobre o mercado de carnes, o país não só perdeu de exportar US$ 487 milhões em 2008, ao destinar mais carne para o consumo interno, mas também, do bolso dos cidadãos do país saíram 110 milhões de pesos (US$ 33,04 milhões) para compensar os que produzem animais mais leves. O objetivo do subsídio foi terminar mais rápido os 1,3 milhão de animais que poderiam ter sido exportados e que se destinaram ao consumo interno.

Essas informações foram reveladas pelo vice presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), de Néstor Roulet, que aponta que, além de perder divisas e se destinar mais recursos às compensações, o intervencionismo gerou uma menor produção de carne.

Isso porque, ao invés de terminar os animais com 500 quilos vivos (300 kg de carne), os novilhos foram terminados com 300 quilos (180 quilos de carne) e em 1,3 milhão de cabeças, ou seja, 156 mil toneladas a menos de produção. Além disso, o gasto nas compensações para animais leves foi de 110 milhões de pesos (US$ 33,04 milhões) em 2007 e de 550 milhões de pesos (US$ 165,23 milhões) em 2008, disse Roulet.

“Pode-se perceber com clareza que o resultado das intervenções do Governo foi uma menor produção de carne, perda de divisas por uma menor entrada de dinheiro de exportações e, sobretudo, uma forte presença de fêmeas nos abates, o que ameaça a futura produção de carne do país”.

Desde 2006 o Governo argentino vem desestimulando as exportações com uma política que misturou barreiras temporárias para os embarques e implementação dos Registros de Operações de Exportação (ROE) para autorizar ou não uma venda. Paralelamente, com os subsídios, o Governo estimulou a engorda de animais mais leves que, criados em confinamento com uma dieta intensiva com grãos, podem sair gordos com 300 quilos em quatro meses. “Isso trouxe como conseqüência o fato de aproximadamente 1,3 milhão de novilhos foram engordados no cocho, saindo antes (se adiantou a engorda em praticamente um ano), o que reflete em uma maior quantidade de novilhos e terneiros abatidos correspondentes a 2006 e 2007”, disse Roulet. Enquanto em 2006 foram abatidos 1,1 milhão de animais a mais, em 2007 foram 1,5 milhão de animais a mais.

Ao abater mais animais, reduz-se a perda da produção pela troca de categoria, mas isso se faz às custas de uma queda do rebanho, concordam os especialistas. Roulet prevê que, para 2009, haverá uma falta para repor 1,7 milhão de novilhas. Recentemente, a Oficina Nacional de Controle Comercial Agropecuário (ONCCA) informou que, pelo quarto mês seguido, baixou os abates de fêmeas, algo que, para os especialistas do campo, ocorreu porque o país estaria reduzindo seu rebanho.

Segundo Roulet, para cada animal que se comercializa no exterior, entram no país US$ 375. Por isso, se deixaram de ser exportados 1,3 milhão de animais pesados, deixaram de entrar na Argentina US$ 487 milhões em exportações.

“Se somarmos o que deixamos de receber como divisas de exportação, por animal, mais de 45 quilos a menos por animal produzido para o mercado interno, mais o que nos custou engordar os animais mais leves, perdemos por animal que passamos de categoria, de pesado a leve, 1705 pesos (US$ 512,23)”, disse ele.

A reportagem é do La Nación, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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