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30 de junho de 2010
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2 de julho de 2010

Argentina reduz o número de animais confinados

A falta de animais já está sendo sentida nos estabelecimentos de engorda da Argentina, onde a ocupação está em 60% da capacidade, contra 82% do ano passado.

A falta de animais já está sendo sentida nos estabelecimentos de engorda da Argentina, onde a ocupação está em 60% da capacidade, contra 82% do ano passado.

O mês de junho é um dos de mais alta atividade nos estabelecimentos de engorda argentinos, porque o frio reduz a produção de alimento nos campos e os produtores optam por vender seus bezerros ou usar o serviço dos confinamentos.

Porém, a redução do rebanho da Argentina, da ordem de 10%, segundo os últimos dados publicados pelo Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), é o primeiro fator da baixa na ocupação, que caiu em mais de 27% com relação ao ano anterior. Um segundo motivo da desocupação dos estabelecimentos de engorda é o aumento do preço dos bezerros que os confinamentos adquirem para engordar. Há um ano, os valores do gado tinham disparado e obter capital de trabalho era mais fácil. Porém, comprar um bezerro custa hoje mais que o dobro que há 12 meses, segundo cotações publicadas no Mercado de Liniers, onde a média atual está em 7,4 pesos (US$ 1,87) por quilo do animal.

Em paralelo, em abril, o Governo argentino retirou o sistema de compensações que vinha pagando ao setor de confinamento desde o começo de 2007, porque entendeu que os aumentos do preço de venda do gado gordo tornavam o negócio rentável.

O presidente da Câmara Argentina de Engordadores de Gado Bovino (Caehv, sigla em espanhol), Juan Carlos Eiras, concorda com isso. No entanto, o problema, segundo ele, são os subsídios que o Governo está devendo, com um atraso médio de dez meses. Nos três anos de vigência das compensações a esse setor, a Oficina Nacional de Controle Comercial Agropecuário (ONCCA) pagou aos confinadores 1,653 bilhões de pesos (US$ 419,82 milhões).

Sem subsídios, é inevitável que o negócio seja menos atrativo para os engordadores, porque o gasto em alimento fica completamente em suas mãos até o animal estar terminado e pronto para ser colocado no mercado.

Apesar dessa situação, a Caehv analisa que não houve uma saída massiva de empresas do negócio, mas sim, que a quantidade de empresas registradas como estabelecimentos de engorda – que rondam os 1.500 no país – se manteve no ano. Desse total, aproximadamente 900 receberam compensações alguma vez. Essas e outras que jamais chegaram a receber os pagamentos se mantêm no negócio esperando os pagamentos dos subsídios atrasados.

Em paralelo, as chuvas que vêm melhorando a situação das terras em várias regiões fazem com que os produtores tenham conseguido manter mais gado em suas fazendas, fornecendo seu próprio alimento sem ter que recorrer ao confinamento.

Contudo, antecipam que a queda da quantidade de cabeças totais e da ocupação dos estabelecimentos de engorda se transferirá ainda mais às gôndolas. Segundo a Câmara da Indústria de Carne da Argentina, a menor disponibilidade de gado que aumentou os preços da carne desde dezembro reduziu o consumo por habitante em 20% no primeiro quadrimestre de 2010.

Em 30/06/10:
1 Peso Argentino = US$ 0,25398
3,93004 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

A reportagem é do El Enfiteuta, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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