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Argentina: recuperação do rebanho deve levar 7 anos

A Argentina vai levar sete anos para recuperar o estoque do rebanho bovino que tinha em 2006, quando o governo decidiu restringir as exportações de carne e interferir no mercado. O diagnóstico foi feito pela Confederação de Associações Rurais da Terceira Zona do país (Cartez), mediante uma pesquisa. Segundo o presidente da instituição, Néstor Roulet, até 2018 haverá um crescimento de 3% do estoque de fêmeas em idade reprodutiva e um aumento do índice de desmame de 1% anual. "Para conseguir um aumento no estoque bovino é necessário ter mais ventres e, consequentemente, um incremento na produção de bezerros" ressaltou.

A Argentina vai levar sete anos para recuperar o estoque do rebanho bovino que tinha em 2006, quando o governo decidiu restringir as exportações de carne e interferir no mercado. O diagnóstico foi feito pela Confederação de Associações Rurais da Terceira Zona do país (Cartez), mediante uma pesquisa. Segundo o presidente da instituição, Néstor Roulet, até 2018 haverá um crescimento de 3% do estoque de fêmeas em idade reprodutiva e um aumento do índice de desmame de 1% anual. “Para conseguir um aumento no estoque bovino é necessário ter mais ventres e, consequentemente, um incremento na produção de bezerros” ressaltou.

A pesquisa afirmou que o rebanho atual é de 47,7 milhões de cabeças. Desse total, 20,5 milhões são fêmeas em idade reprodutiva, que poderiam parir 12,3 milhões de bezerros. A projeção é de chegar ao final de 2017 com um rebanho de 57 milhões de cabeças. A análise parte de duas premissas básicas, segundo detalhou: manter os níveis atuais de consumo e de exportações. “O consumo tem que ser o mesmo até lá, porque a oferta não vai aumentar e vamos continuar exportando 300 mil toneladas por ano, 50% menos que em anos anteriores”, disse Roulet.

Dados do Ministério de Agricultura mostram números melhores que os da Cartez, já que a redução do rebanho teria sido de 18%, passando de 60,1 milhões para 48,2 milhões de cabeças. O levantamento oficial foi feito com base na última campanha de vacinação contra a febre aftosa, no ano passado, comparada com a de 2006.

A diferença entre os números, no entanto, não impede que os maiores preços, menor consumo e menos oferta de trabalho no setor persistam nos próximos anos, segundo a Cartez. A instituição também colocou em dúvida o início da recuperação do setor, no ano passado, já que entre a primeira e a segunda campanha de vacinação o rebanho perdeu cerca de 500 mil cabeças.

Em 2010, de acordo com a indústria, o abate atingiu 11,8 milhões de cabeças e a produção de carne chegou a 2,61 milhões de toneladas. No ano anterior, esses volumes foram superiores devido ao forte abate de fêmeas, chegando a 16,3 milhões de cabeças e 3,4 milhões de toneladas, respectivamente. A situação provocou um aumento de 120% no preço ao consumidor, desde o final de 2009 até a data atual. Com isso, o consumo per capita anual caiu de 70 para 58 quilos em 2010.

O estudo da Cartez ponderou que no ano passado a participação de fêmeas em idade reprodutiva nos abates baixou de 47%, de 2009, para 42,7%, mas o considerou ainda elevado. Uma das explicações para o grande volume de abate de fêmeas é a fragmentação do setor: são 210 mil criadores de gado em todo o país, dos quais 95% possuem menos de mil cabeças. Aproveitando os elevados preços, muitos preferiram continuar vendendo as fêmeas para sair do negócio e passar para cultivos mais rentáveis e imediatos, como a soja.

A matéria é de Marina Guimarães, da Agência Estado, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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