Argentina pode não conseguir enviar toda a cota Hilton

A indústria de carne bovina da Argentina está cada vez mais preocupada com sua incapacidade de cumprir com a cota Hilton de carne bovina de alta qualidade enviada à União Europeia (UE) em 2010-11. Para o atual ano cota (julho de 2010-abril e 2011), a Argentina exportou somente 21.688 toneladas da cota de 28.000 toneladas, de acordo com o Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa).

Apesar de os envios durante esse ano estarem 112% maiores do que no ano anterior (considerando o atraso na distribuição da cota entre os exportadores argentinos em 2009-10), as associações rurais locais acreditam em 2010-11 faltará enviar cerca de 2.000 toneladas.

Apesar de a distribuição da cota nesse ano quase não ter atrasado, os exportadores que receberam parte a cota tiveram problemas em obter gado adequado, considerando a situação de oferta bem escassa. Além disso, a maioria dos frigoríficos encontrou um mercado doméstico mais lucrativo, considerando os altos preços da carne bovina na Argentina e o atual fraco mercado na Europa.

Os exportadores também estão preocupados que uma maior quantidade de produtos enviada rapidamente ao mercado da UE leve a uma queda de preços. De acordo com relatórios comerciais da América do Sul, os importadores da UE estão esperando mais reduções nos preços, com expectativas de que as ofertas de carne bovina Hilton aumentem nas próximas semanas.

As exportações totais argentinas de carne bovina nos últimos 10 meses caíram em 56% com relação ao ano anterior, embora com um preço médio recorde de US$ 7.489 por tonelada. Israel se tornou o principal mercado de exportação da Argentina, com o produto kosher se tornando cada vez mais lucrativo, totalizando 22.785 toneladas, deslocando mercados tradicionais como Rússia e Chile.

A reportagem é do Meat and Livestock Australia (MLA), traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.