Para recuperar o período de embargo, embaixador argentino solicita privilégios à União Européia
A Comissão Européia (CE) está estudando as vantagens comerciais temporárias pedidas pela Argentina para auxiliar o país a enfrentar sua crise econômica, declarou um porta-voz da CE.
“Não temos comentários, uma vez que ainda não examinamos detalhadamente a proposta”, declarou o porta-voz de Pascal Lamy, comissário de comércio europeu.
Sexta-feira passada, o embaixador argentino na União Européia (UE), Roberto Lavagna, solicitou à Comissão Européia a ampliação da quota de exportações argentinas de carne bovina de alta qualidade, conhecida como quota Hilton. A intenção é a de vender uma quantidade equivalente a que não pôde exportar durante os 11 meses em que foi embargada devido à aparição da aftosa.
É válido lembrar que o mercado europeu de carnes representa para Argentina exportações no valor de 260 milhões de dólares.
Quanto à quota Hilton, a Argentina possui 28.000 toneladas de cortes de alta qualidade que estão avaliados atualmente entre 6.100 e 6.300 dólares.
Outros produtos
Deste modo, a Argentina solicitou que uma série de produtos agroindustriais, como o mel, o alho e o aspargo, entrem na UE durante 12 meses com tarifas anuladas, beneficiando-se assim do mesmo sistema de preferências generalizadas (SPG) concedido à Comunidade Andina e à América Central em troca da luta contra o narcotráfico.
Segundo fontes européias, é “muito difícil” a Argentina poder beneficiar-se do SPG. Isso se deve à reticências de alguns países por motivos comerciais, apesar de Bruxelas ver o sistema como “lógico”.
A Espanha se opôs à ampliação da SPG a mais países, após a inclusão do Paquistão em dezembro.
Por outro lado, o executivo europeu apresentará em 21 de março um documento no qual é reexaminada a cooperação técnica e financeira com a Argentina para “tomar em consideração as necessidades sociais” provocadas pela crise.
Acordos
Bruxelas poderia modificar os projetos decididos no ano passado, quando firmou com a Argentina um acordo de cooperação técnica e financeira de 65,7 milhões de euros (57 milhões de dólares) entre 2000 e 2006. O documento abrange áreas da sociedade da informação, desenvolvimento de centros tecnológicos, apoio a pequenas e médias empresas, fortalecimento institucional e melhora da competitividade econômica.
Vale salientar que a embaixada argentina na UE, cujo encarregado é Lavagna, seria uma das embaixadas e consulados que o governo argentino desativaria por razões econômicas, segundo declarado. Esta medida é questionada por legisladores, exportadores e setores produtivos.
Fonte: La Nación, adaptado por Equipe BeefPoint