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Argentina: mais de 150 animais mortos pela onda de calor

Estes são dias difíceis para a pecuária argentina. A onda de calor estava presente no Mercado Liniers, onde mais de 150 animais morreram na semana passada e se juntaram a outras centenas que foram perdidas em confinamentos e caminhões de transporte.

Como consequência das altas temperaturas, com uma sensação térmica superior a 45°C, as longas viagens dos animais das fazendas até a cidade de Buenos Aires pioraram a situação. Alguns chegaram mortos e outros caídos ou em condições tão extremas que morreram poucas horas após o transporte. Também nos frigoríficos, dezenas de animais foram perdidos.

Alfonso Monasterio, da firma Monasterio Tattersall e diretor do Liniers Market, disse que a situação é preocupante. “Adicionado ao problema das mortes dos animais do dia de terça-feira, à noite houve cortes de ruas devido à falta de luz nos bairros vizinhos que não permitiam a entrada de caminhões e isso atrasou a descarga de quarta.”

“Apesar das medidas extremas tomadas para cuidar do gado, os cortes nas ruas geraram mais mortes devido ao estresse dos animais acima dos caminhões”.

O calor também foi sentido no campo, especialmente em gado confinado. Após as chuvas intensas, o clima castigou o gado e centenas de novilhos morreram em estabelecimentos e confinamentos, mas também em caminhões com animais que iam das feiras de leilão até os campos.

Os confinadores estão preocupados porque acreditam que o problema ainda não acabou. “A situação é muito complicada e a onda de calor ainda não acabou”, lamentou um produtor.

Neste sentido, Juan Eiras, presidente da Câmara Argentina de Confinamento (CAF), disse que “são dias problemáticos e de alertas, nos quais alguns produtores pedem medidas cautelares”.

Para Juan José Couderc, consultor de nutrição animal e proprietário da Morefeed, o problema se deve a um conjunto de causas. “Este verão não foi complexo, mas nesses cinco dias os termômetros quebraram”, disse ele.

O especialista explicou que, em geral, os grandes abates ocorrem no início do verão. “O estresse calórico dos animais já vem do transporte, então as medidas devem ser reforçadas para o novo animal que chegar ao campo”, afirmou.

Couderc explicou que, junto com o estresse calórico que os animais sofrem, há um crescimento de fungos tóxicos nos alimentos que eles consomem e que não conseguem processar.

Inundações precederam onda de calor

Em meados de janeiro, a Argentina passou por fortes chuvas e inundações. O vídeo abaixo mostra animais sendo arrastados pela chuva:

https://www.facebook.com/CRAprensa/videos/533687720464493/?t=0

As perdas foram milionárias, afetando principalmente a indústria leiteira. Há expectativas de queda no rebanho bovino em consequência da perda na produção agrícola e da morte de alguns animais.

Fonte: La Nación e La Gran Época, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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