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28 de setembro de 2011
Atacado – 28/09/11
28 de setembro de 2011

Argentina: exportações de carne se recuperando no ano e ainda menores que em 2010

A recuperação do preço internacional da carne bovina observada nos últimos doze meses derivou em uma queda de 20,8% nos volumes embarcados traduzindo-se em um aumento de 2,3% no valor obtido, comparando com o mês de agosto passado. O preço médio de exportação no oitavo mês de 2011 foi 29,1% superior ao observado no mesmo mês de 2010.

As exportações argentinas de carne bovina durante o mês de agosto deste ano finalizaram em volumes superiores aos de julho; no entanto, ficaram em níveis inferiores aos observados em agosto/2010. Com relação ao mês anterior, as exportações tiveram uma variação positiva em volume (+18,6%); e, com relação a agosto de 2010, houve uma queda nos volumes (-20,8%), considerando os volumes embarcados em toneladas peso produto (não incluem miúdos e vísceras).

Os embarques do último mês de agosto de cortes resfriados, congelados e carne processada da Argentina totalizaram 13.709 toneladas de peso produto, por um valor de US$ 114,7 milhões. O preço médio FOB de exportação por tonelada foi de US$ 11.430 para os cortes resfriados sem osso; de US$ 6.628 para cortes congelados sem osso e de US$ 6.323 para carne processada. Esses preços ficaram em níveis superiores aos registrados no mês anterior no caso dos cortes congelados e no caso da carne processada, e foram superiores aos registrados durante julho no caso de cortes resfriados.

Os US$ 114,7 milhões gerados pelas exportações de carne bovina da Argentina em agosto de 2011 foram 24,9% superiores aos US$ 91,9 milhões gerados pelas exportações em julho; e também foram 2,3% superiores aos aproximadamente US$ 112,2 milhões gerados nas exportações de agosto de 2010.

Vale ressaltar que a recuperação do preço internacional da carne bovina observada nos últimos doze meses teve uma queda de 20,8% nos volumes embarcados traduzindo-se em um aumento de 2,3% no valor obtido, comparando com o mês de agosto passado. O preço médio de exportação no oitavo mês de 2011 foi 29,1% superior ao observado no mesmo mês de 2010.

Israel foi o principal destino, em volume, para a carne bovina argentina durante os primeiros oito meses de 2011, com aproximadamente 19,1 mil toneladas, seguido por Alemanha, com 17,5 mil toneladas, e Rússia, com 13,3 mil toneladas. Quanto ao valor das divisas geradas, o principal mercado durante os primeiros oito meses de 2011 foi a Alemanha, que comprou um quarto (27%) do valor total exportado de carne bovina resfriada, congelada e processada no período, seguida por Israel (14% do total) e Países Baixos (11%).

Tabela 1: Argentina – Exportações 2010/2011 – Carne resfriada, congelada e processada (não incluem miúdos) – Destinos – volume em toneladas de peso produto.

Comparando os embarques de janeiro a agosto/2011 com os correspondentes ao mesmo período de 2010, esses mostraram uma baixa dos volumes enviados com relação aos níveis de atividade registrados nos principais destinos durante o período.

Mostram volumes superiores aos registrados há um ano Israel (+4,9%), Chile (+5,4%), Estados Unidos (+13,3%) e Marrocos, onde o volume nos oito primeiros meses de 2011 foi quatro vezes superior ao observado de janeiro a agosto de 2010. As quedas mais significativas ocorreram na Rússia (-44,9%), destino no qual as exportações caíram em cerca de dez mil toneladas comparando-se com os primeiros oito meses de 2009 e 2010; e na Venezuela (-49,6%).

Nos países da União Europeia (UE), foram observados durante os primeiros oito meses de 2011 volumes similares ao mesmo período de 2010 na Alemanha (-0,4%). As quedas foram significativas nos caso dos Países Baixos (-14,9%), Itália (-17,4%) e Reino Unido (-78,2%). No caso das exportações ao Brasil, essas foram inferiores (-9,1%) durante o período de janeiro a agosto de 2011 com relação ao mesmo período de 2010.

Gráfico 1: Argentina – Exportações de carne resfriada, congelada e processada – janeiro de 2011 – destino dos volumes exportados.

Tabela 2: Argentina – Exportações 2010/11 – Carne resfriada, congelada e processada – (não inclui miúdos) – Destinos – Valor em US$ 1000.

O valor das exportações de carne bovina obtido em agosto de 2011 apresentou um aumento de 24,9% com relação ao mês anterior, ampliando a alta de 18,6% mostrada pelos volumes. Com relação aos primeiros oito meses de 2010, em 2011 foram observadas melhoras dos preços nos principais destinos, com aumentos na ordem de 35%.

Dentro da UE, na Alemanha, ocorreu entre agosto de 2010 e agosto desse ano um aumento significativo dos preços, da ordem de 25%. No principal destino das exportações argentinas de carne bovina, Israel, os preços tiveram um aumento interanual de 20% comparados aos meses de agosto dos dois últimos anos; enquanto que no caso da Rússia, os preços aumentaram 25%. Por outro lado, manteve-se estável o preço médio dos embarques de carne cozida congelada com destino aos Estados Unidos: o preço de agosto de 2011 foi 0,5% inferior ao ago/2010.

Tabela 3: Argentina – Exportações de carne bovina resfriada, congelada e processada – Destinos – Preço FOB em US$/tonelada.

Se analisarmos o tipo de mercadoria embarcada no mês de agosto de 2011, observa-se, em relação ao mês anterior, uma alta dos volumes exportados de carne resfriada (+31,6%); e um aumento nos volumes exportados de carne congelada sem osso (+10,2%). Também cresceram, em agosto, com relação a julho, as exportações de produtos processados e conservas.

Durante o primeiro trimestre de 2010, foram exportadas 17 mil toneladas de carne resfriada e 37 mil toneladas de carne congelada; no segundo trimestre, as exportações caíram para 13 mil e 14 mil toneladas, respectivamente, recuperando-se levemente no terceiro trimestre do ano passado, para 17 mil toneladas de carne resfriada e 26 mil toneladas de carne congelada, para voltar a cair no último trimestre de 2010, para 16 mil toneladas de cortes resfriados e 15 mil toneladas de cortes congelados sem osso. No primeiro trimestre de 2011, o nível de exportações trimestrais de 15 mil toneladas de carne resfriada e 19 mil toneladas de carne congelada foi alcançado; no segundo trimestre, as exportações foram de 15 mil toneladas de carne resfriada e 17,5 mil toneladas de carne congelada.

O destino mais castigado pela retração das exportações foi a Rússia, que de um volume mensal de 6 mil toneladas de carne bovina recebida da Argentina durante o primeiro trimestre de 2010, caiu no segundo trimestre de 2010 para volumes médios mensais inferiores a mil toneladas. Durante o terceiro trimestre de 2010, os volumes se recuperaram até uma média mensal de cerca de 3 mil toneladas, mas voltaram a cair no quarto trimestre para volumes médios mensais inferiores às 1.500 toneladas.

O início do novo ano mostra os mesmos altos e baixos, com volumes ainda mais reduzidos que os observados durante o ano anterior: foram enviados à Rússia volumes médios mensais de 1.500 toneladas durante o primeiro trimestre e de 2.000 toneladas no segundo trimestre. No início do terceiro trimestre, no mês de julho, o volume destinado à Rússia ficou em 1.500 toneladas, caindo para 1.300 toneladas em agosto.

Hoje, Israel substituiu completamente a Rússia como o principal destino de integração das exportações como complemento das vendas de cortes de alto valor com destino à União Europeia. Os cortes do quarto dianteiro estão cotados no mercado israelense ao redor de U$ 6.500 a tonelada, enquanto na Rússia estão em cerca de US$ 4.300 a tonelada. Em um contexto de oferta escassa, os exportadores despacham preferentemente com destino a Israel, com a Rússia ficando como segunda opção na hora de exportar cortes do quarto dianteiro.

Tabela 4: Argentina – Exportações 2010/2011 – Produtos – Volume em toneladas pelo produto1.

Gráfico 2: Principais produtos exportados em volume, janeiro-agosto de 2011.

Dos aproximadamente US$ 114,7 milhões gerados pelas exportações de carne bovina em agosto de 2011, mais de 52% se originaram de cortes resfriados sem osso, a posição tarifária que inclui produtos de maior valor, entre eles, os cortes Hilton. Os cortes congelados aportaram aproximadamente 37% das divisas geradas durante o ultimo mês de agosto, ficando cerca de 10% para as carnes processadas.

Comparadas com as vendas externas dos primeiros oito meses de 2010, o valor dos embarques correspondentes às posições tarifárias de carnes resfriada sem osso durante o período de janeiro/agosto de 2011 foi 16,3% superior; por outro lado, no caso da carne congelada sem osso, registrou-se um aumento interanual de 7,4%.

No caso do valor das vendas de carne processada dos primeiros oito meses de 2011, foi inferior ao registrado no mesmo período de 2010, reduzindo-se em 6,9%; dessa forma, as exportações do período de janeiro a agosto de 2011 mostram um aumento de 12,2%, em valor, com relação a 2010, comparando-se os primeiros oito meses de cada ano.

Tabela 5: Argentina – Exportações 2010/11 – Produtos – valor em US$ 1.000.

Gráfico 3: Principais produtos exportados em valor, janeiro-agosto 2011.

Tabela 6: Volumes e preços médios de exportação – agosto de 2011 e variação percentual com relação ao mês anterior – produtos selecionados – preços em dólares por tonelada FOB.

Os cortes pertencentes a Rump & Loin que, em sua maioria, são exportados à UE, mostraram melhores preços médios que os registrados ao longo do mês anterior, ficando em US$ 14.700 por tonelada. Esses cortes mostram preços FOB significantemente superiores (26,5%) aos registrados em agosto de 2010. Durante o último mês de agosto, foram exportadas aos países da UE mais de 3.100 toneladas de cortes resfriados de Rump & Loin e, 300 toneladas de cortes de rueda (coxão), principalmente coxão mole.

Com relação ao trimestre anterior, houve recuperação das vendas de cortes de quarto dianteiro com destino a Israel que tinham caído por questões sazonais; as exportações do mês de agosto para Israel superaram três mil toneladas. Por outro lado, as vendas ao mercado chileno (18 cortes) mostraram volumes superiores aos registrados no mês anterior devido ao período de alta demanda registrado em setembro no Chile, registrando um volume exportado de quase 2.000 toneladas em agosto (1.100 toneladas em julho). Os preços mostraram aumentos (+8,7%) nos 18 cortes ao Chile, enquanto apresentaram quedas (-1,2%) nos cinco cortes de dianteiro enviados a Israel.

Por outro lado, as exportações com destino à Rússia ficaram em 1.200 toneladas no mês de agosto, compostas principalmente por cortes de quarto dianteiro (557 toneladas), cortes de coxão (287 toneladas), quartos compensados (242 toneladas), músculo dianteiro/músculo traseiro (101 toneladas) e trimmings (80 toneladas).

A soma das exportações de cortes de maior valor unitário, os de Rump & Loin vendidos à Europa e a picanha ao Brasil aumentaram com uma participação superior a 25% do volume exportado durante agosto, superando a participação das vendas à Rússia, que não chegara, a representar 10% do total. As vendas de cortes do quarto dianteiro a Israel representaram 23% do volume exportado no mês.

Gráfico 4: Principais produtos e mercados de exportação (participação relativa no volume) 2007-2011.

Gráfico 5: Preço médio de exportação e volume exportado de Rump & Loin da Argentina à União Europeia (inclui operações dentro e fora da cota).

Tabela 9: Exportações de carne bovina argentina em 2011.

Nos primeiros oito meses de 2011, o volume acumulado de exportações de carne bovina, tanto resfriada como congelada e processada, foi de 105 mil toneladas peso produto (no acumulado de janeiro a agosto de 2010, o volume foi de 127 mil toneladas). Utilizando os fatores de conversão a toneladas de carcaça que normalmente o Ministério da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentos da Argentina usa, foram exportados durante o período de janeiro a agosto de 2011 cerca de 170 mil toneladas equivalentes carcaça com osso.

Entre janeiro e agosto de 2011, entrarão no país divisas por um valor superior a US$ 860 milhões pelas exportações de carne bovina e um valor de cerca de US$ 150 milhões por exportações de miúdos e vísceras bovinas.

Considerando que as exportações dos primeiros oito meses de 2011 fecharam com uma retração de 17% com relação ao mesmo período do ano anterior, espera-se que o volume de exportações desse ano se mostre abaixo dos restritos volumes exportados em 2010 e se alcançaria apenas um volume anual de exportação de carne bovina de 250 a 260 mil toneladas equivalentes carcaça com osso.

Fonte: Informe elaborado pelo IPCVA, traduzido e adaptado pela Equipe BeefPoint.

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