Argentina: barreiras à carne suína brasileira serão superadas

Na terça-feira (15), os ministros de Relações Exteriores e de Indústria e Comércio da Argentina garantiram que as dificuldades impostas pelo governo Cristina Kirchner à carne suína brasileira serão superadas.

Os ministros argentinos e brasileiros se reuniram por quase cinco horas, no Ministério das Relações Exteriores. Participaram do encontro os ministros argentinos Héctor Timerman, de Relações Exteriores, e Marcelo Moreno, e pelo lado brasileiro, os ministros Antônio Patriota (Relações Exteriores), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Mendes Ribeiro (Agricultura). As autoridades brasileiras acenaram aos argentinos que há “plena disposição” do governo Dilma Rousseff, em ampliar o consumo de bens exportados pelo vizinho.

Esse compromisso do Brasil em ampliar as importações, porém, só ocorrerá se, antes, os argentinos retirarem as barreiras da carne suína. O gesto dos líderes argentinos presentes ontem no Itamaraty foi muito bem recebido pelo governo brasileiro.

As dificuldades impostas pelos argentinos à carne suína brasileira se refletiram imediatamente. No ano passado, os produtores brasileiros exportaram US$ 115,2 milhões aos vizinhos, numa média de US$ 28,8 milhões por trimestre. No primeiro trimestre deste ano, as exportações despencaram – apenas US$ 16 mil foram vendidos à Argentina. O déficit comercial da Argentina, principal motivo da iniciativa do governo de Cristina Kirchner, também caiu muito. No ano passado, o Brasil obteve superávit de US$ 5,8 bilhões no comércio com a Argentina, e nos primeiros três meses deste ano, o saldo foi de apenas US$ 968 milhões.

O Brasil se comprometeu a retirar as barreiras em 120 dias, se a Argentina fizer sua parte com os suínos. Nas contas de Timerman, se o governo brasileiro superar as barreiras apenas a remédios e camarões, os argentinos podem vender US$ 2 bilhões em produtos ao país, de imediato.

Os dois governos acertaram a criação de um conselho automotivo, que se reunirá periodicamente nos dois países, para avaliar o desempenho do comércio de veículos e autopeças entre os dois países. Pelo lado brasileiro participarão dois integrantes do Ministério do Desenvolvimento, o secretário-executivo, Alessandro Teixeira, e a secretaria de comércio exterior, Tatiana Prazeres.

Fonte: Valor Econômico, resumido e adaptado pela Equipe BeefPoint.