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Apesar de preço maior, incerteza sobre crédito vira desafio nas feiras de terneiros no RS

Entusiasmo e certa cautela convivem na temporada de feiras de terneiros no Rio Grande do Sul. De um lado, valorização do boi gordo e a qualidade cada vez maior dos animais puxam para cima os preços dos primeiros leilões, com médias que até superaram R$ 6 o quilo vivo para os machos. De outro, oferta mais restrita de crédito para os remates, estiagem na Zona Sul e queda no consumo de carne fazem surgir dúvidas sobre os negócios.

Para o presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais do Estado (Sindler-RS), Jarbas Knorr, se a média de R$ 6 se confirmar no fim da temporada – R$ 1 acima do ano passado –, já será um resultado para comemorar. Outro fator que pode ajudar a sustentar a cotação é oferta, que pode ser 15% inferior à do ano passado, avalia Knorr.

A previsão de um número menor de terneiros nas pistas é atribuída, principalmente, ao avanço da soja nas áreas de pecuária. A incerteza, ressalta, fica por conta do crédito, que normalmente eleva os preços nos remates.

Fernando Lund, proprietário da Lund Negócios, tem dúvidas quanto à diminuição de oferta de animais. Se cair, seria apenas nas feiras, com os produtores preferindo vender nas propriedades devido à incerteza quanto à disponibilidade de crédito. Assim, lembra, também escapam de pagar comissão às leiloeiras.

Em relação aos preços, Lund lembra que o principal fator a influenciar o ímpeto do mercado para adquirir gado de reposição é o quilo do boi gordo, que, apesar da queda do consumo na carne bovina no país devido à desaceleração da economia, ainda se mantém em um patamar elevado.

Quanto aos créditos, o Banco do Brasil diz que não faltam recursos, mas admite que a linha mais procurada para a compra isolada de animais nos remates não está mais disponível. A prioridade passou a ser uma modalidade que, além da simples aquisição de gado, contempla outros investimentos nas propriedades, mas tem acesso mais complexo.

O Banrisul promete ampliar o crédito para a temporada em R$ 50 milhões, mas o juro é um pouco maior. No ano passado, as taxas variavam de 1% a 5,5% e, agora, vão de 1,5% a 6,5%.

Fonte: Zero Hora, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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