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Antes de pensar em retirar a vacinação contra febre aftosa, temos muito mais medidas e providências que deveríamos tomar – José Roberto Pires Weber

José Roberto Pires Weber, leitor do BeefPoint, comentou o artigo “Fim da vacinação é recado para o mundo”, diz especialista.

Confira o comentário abaixo:

Respeitosamente, discordo frontalmente desta posição favorável ao fim da vacinação contra febre aftosa no Paraná. Em primeiro lugar, não é verdadeiro que os Estados Unidos somente importem carne quando não há vacinação e o Uruguai é a prova cabal deste fato. Em segundo lugar, salvo alguns mercados, a vacinação nunca foi obstáculo para o Brasil exportar e conquistar a condição de maior exportador do mundo. Agora mesmo estamos iniciando a venda para a China e estão bem encaminhadas as negociações para nosso ingresso no mercado norte-americano. Nossos preços mais baixos estão diretamente relacionados com a qualidade da carne e não com a vacinação.

Aqui no Rio Grande do Sul, fomos iludidos pelo canto da sereia e deixamos de vacinar, o que acarretou a incidência da doença no estado, com enormes prejuízos para o Rio Grande do Sul e para os pecuaristas. Grife-se que quando do aparecimento de um foco, dentro de um raio pequeno, os animais são abatidos e os proprietários indenizados a valores de mercado, mas em raio maior, as propriedades ficam sitiadas, impedidas de vender e/ou movimentar o gado, sem qualquer tipo de indenização, com graves prejuízos diretos aos produtores atingidos. De outra parte, todo o nosso estado ficou impedido de exportar, com perdas a todos.

Entendemos impossível e impraticável esta política de retirar a vacina sem a participação de todos os envolvidos, in casu, os Estados brasileiros, no mínimo de São Paulo para o Sul, bem como os demais países do Mercosul.No Rio Grande o vírus entrou pelo Uruguai, mas já houve situações envolvendo o Paraguai e Bolívia, além da Argentina. Temos fronteiras secas por longas extensões e cada vez menos recursos para executarmos uma efetiva fiscalização. O Paraná teria grande prejuízos, conforme os próprios pecuaristas de lá, eis que dependem da compra de terneiros de outros estados, sem falar nas suas Exposições agropecuárias, especialmente Londrina, uma das maiores do país, que ficaria esvaziada, pois 70% dos animais vêm de outros estados. Santa Catarina é uma situação atípica, baseada na suinocultura que teve os ganhos decorrentes e que não atingiram a pecuária bovina.

Antes de pensar em retirar a vacinação contra febre aftosa, temos muito, mas muito mais medidas e providências que deveríamos tomar, para melhorar a produtividade da pecuária do Brasil e a qualidade da nossa carne. Tirar a vacina nesta época de penúria das finanças públicas brasileiras, sem fiscalização e sem pessoal, é dar um tiro no pé e colocar em risco a nossa pecuária.

Clique no link abaixo e confira o artigo na íntegra e demais comentários:

“Fim da vacinação é recado para o mundo”, diz especialista.

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