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Anistia Internacional acusa JBS de comprar gado criado em áreas indígenas

A Anistia Internacional divulgou hoje um relatório em que afirma que bovinos criados ilegalmente em territórios indígenas e de proteção ambiental em Rondônia foram adquiridos pela JBS. A ONG ainda lançou uma campanha virtual para que a companhia implemente um sistema de rastreamento de seus fornecedores diretos e indiretos até o fim de 2020 e enviou uma carta à JBS expondo a questão sugerindo soluções.

“A Anistia Internacional exorta a JBS a implementar um sistema de monitoramento efetivo, inclusive de seus fornecedores indiretos, e garanta que a empresa não vai adquirir gado bovino criado ilegalmente em áreas protegidas durante alguma etapa de suas vidas. A Anistia Internacional exorta os investidores e compradores da JBS a se engajarem com a JBS nesse processo”, diz a ONG no relatório.

Conforme o texto, a companhia teria adquirido por duas vezes em 2019 gado de uma propriedade situada na reserva extrativista do Rio Outro Preto. A JBS também teria entre seus fornecedores fazendas situadas em reservas do Rio Jacy Paraná e da terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau. 

“Transferir gado bovino através de fazendas intermediárias para dar aparência de legalidade ao gado bovino, apesar de ter sido criado em fazendas localizadas em áreas protegidas onde a pecuária bovina comercial é ilegal, é uma prática conhecida como lavagem de gado. Há indícios de que esses dois fazendeiros tenham recorrido à lavagem de gado para burlar os sistemas de monitoramento existentes e vender à JBS gado bovino criado nessas áreas protegidas”, afirma a ONG no relatório.

A Anistia Internacional também relata expropriações de terras, ameaças e expulsões dos índios dos três locais, mas afirma que não há indícios de envolvimento da JBS nesses movimentos. 

Procurada, a JBS informou que não compra gado de nenhuma fazenda envolvida com irregularidades em áreas protegidas. “Como descrito na carta à Anistia Internacional, nosso sistema de geomonitoramento é um dos mais sofisticados do mundo, usando os melhores e mais recentes dados para reforçar nossa abordagem inequívoca de desmatamento zero. Qualquer fazenda não compatível com as nossas políticas de fornecimento sustentável é bloqueada em nossa cadeia de suprimentos.” 

Ainda segundo a companhia, é feita a “exclusão automática de qualquer propriedade envolvida no desmatamento de florestas nativas, invasão de áreas protegidas, como terras indígenas ou áreas de preservação ambiental, ou fazendas com áreas embargadas pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)”. 

A companhia informou, ainda, que auditorias independentes realizadas nos últimos seis anos revelam 99,9% de conformidade com esses padrões. E que, em 2019, 100% das compras diretas atenderam seus critérios socioambientais. 

Fonte: Valor Econômico.

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