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Análise Semanal – 28/04/2005

O mercado físico do boi gordo trabalha em ambiente frouxo. As ofertas de animais terminados se mantêm elevadas, sustentando escalas longas – às vezes superiores a 10 dias – em algumas praças como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Por conta da seca, que castigou boa parte do país, a capacidade de suporte das pastagens já não era boa. Com a chegada do frio, a tendência é que piore. Assim, os frigoríficos não devem enfrentar problemas de abastecimento tão cedo.

Não bastasse a facilidade para aquisição de matéria-prima, o dólar voltou a cair, “beliscando” os R$2,50. O cenário favorece o aumento das pressões baixistas, sendo que, ao longo da última semana, as cotações voltaram a recuar em várias praças, conforme exposto na tabela 1.

Tabela 1. Variações nominais (em R$/@ a prazo) das cotações do boi gordo na última semana


Os ajustes constantes, impostos pelos compradores, têm suplantado a valorização do real, uma vez que, mesmo em dólares, as cotações estão recuando. No entanto, para todas as praças pesquisadas, elas ainda se mantêm acima do registrado no mesmo período do ano passado (veja tabela 2).

Tabela 2. Variações das cotações do boi gordo em 2005 e comparações em relação a abril/04 – médias mensais em US$/@ a prazo


No atacado, as vendas permanecem fracas. A cotação da ponta de agulha recuou 4% ao longo da última semana. Ao longo do ano, em reais nominais, as cotações médias do Equivalente Físico e do boi gordo em São Paulo recuaram a mesma coisa: 6%.

Por conta disso, a defasagem do Equivalente Físico para a cotação do boi gordo se manteve em 14%. Em 2004 esteve, por várias vezes, mais alta. Porém, ainda é considerada elevada.

Se os frigoríficos ao menos têm trabalhado com uma relação carne/boi estável, para o produtor as relações de troca têm piorado, conforme exposto na tabela 3. Além do aumento dos preços de alguns insumos, o boi despencou.

Tabela 3. Relações de troca em 2005


E ainda podem vir mais recuos por aí. A “mistura” dólar baixo, com oferta elevada e demanda interna fraca ameaça a sustentação dos preços. Seria necessário que houvesse uma retração de oferta, mas além de ainda haver muito gado para sair, as condições climáticas e a expectativa de novos ajustes não favorecem a retenção desses animais em engorda.

0 Comments

  1. Claudio Correa da Costa disse:

    Mercado do gado magro com muitas ofertas em Campo Grande – MS.

    Fazemos leilões de corte e estamos constatando uma vontade maior de vender que comprar.

    O kilo vivo do bezerro que vendíamos a R$ 2,00 ou mais hoje estamos vendendo a R$ 1,70 e o boi que vendíamos a R$ 1,50 hoje vendemos a R$ 1,70 ou mais, portanto o comprador quer gado mais erado.

    Segunda, tivemos um leilão com 1.900 reses e hoje (28/4) com 1.350 reses.

    Liquidez muito boa, mas preço muito abaixo que o custo.

    Abraço.

    Cláudio e Nilton
    Correia da Costa

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