Após algumas semanas de baixa, o mercado físico do boi gordo passa a trabalhar em ambiente mais equilibrado. Quem insiste em pagar valores mais baixos do que os vigentes, dificilmente compra.
Em São Paulo, por exemplo, tem frigorífico apregoando, pelo boi rastreado, R$60,00/@, a prazo, para descontar o Funrural, mas nesse patamar praticamente não tem negócio. Alguns exportadores voltaram a ofertar, de balcão, R$62,00/@, nas mesmas condições. Tem negócio também a R$59,00/@, a vista, livre de Funrural, que equivale a pouco mais de 62,00/@, a prazo, para descontar o imposto.
Em geral, a defasagem da vaca gorda em relação ao boi gordo diminuiu bem nas últimas semanas, isso porque a cotação da vaca recuou menos. Em algumas praças nem caiu. Veja na figura abaixo o exemplo da região de Barretos – SP.
Além do “caso Margen”, outros dois fatores têm influenciado negativamente a evolução das cotações da arroba. Primeiro, o dólar, que voltou a cair. No último dia 20 fechou a R$2,677, cotação mais baixa desde 10 de junho de 2002, quando fechou a R$2,636. Nem as intervenções do Banco Central têm conseguido impedir a queda da cotação da moeda norte-americana, um fenômeno mundial.
Outro problema é o fraco desempenho das vendas de carne para o mercado interno, ao contrário do que esperava o setor. Na última semana o atacado trabalhou em baixa. O recuo do equivalente físico chegou a 2%.
É verdade que no início de 2005 o mercado pode voltar a trabalhar em ambiente firme, já que toda essa rebordosa da pendência do Margen com a justiça deverá ter esfriado. Além do mais, os frigoríficos têm relatado a matança de animais magros, o que sugere que alguns produtores adiantaram os abates. Talvez o mercado trabalhe mais enxuto em janeiro.
As cotações podem parar de cair, ou até mesmo esboçar uma ligeira recuperação em algumas praças. Contudo, não há subsídios suficientes para sustentar um movimento de alta.