Análise Semanal – 02/03/2005

Após 2 semanas de ofertas extremamente reduzidas, culminando na valorização da arroba em algumas praças, as escalas de abate voltaram a andar. O “boicote” anunciado pelos produtores começa a perder fôlego.

É preciso considerar que cada produtor vive uma situação. Tem aqueles com contas a pagar, outros que enfrentam problemas com a seca (sem pasto é difícil segurar o boi) e também os que não acreditam no movimento.

Não é que as programações de abate estejam longas, como no início de fevereiro, que chegavam com facilidade a 12 dias em algumas regiões de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Porém, também não se vê mais comprador apertado, com escalas de 2 ou 3 dias.

Em média, a “folga” dos frigoríficos cobre 6 dias. Alguns compradores, que conseguiram esticar um pouco mais as programações de abate, optaram por derrubar as cotações da arroba. Foi o que se observou, por exemplo, no Paraná.

Em São Paulo, os negócios com boi gordo rastreado a R$60,00/@, a prazo, para descontar o Funrural, ou R$59,00/@, a prazo, livre do imposto, estão escassos. Alguns frigoríficos exportadores voltaram a apregoar R$58,00/@, a prazo, para descontar o Funrural.

No Mato Grosso do Sul, região de Dourados, quase não se tem mais ofertas de compra a R$55,00/@, a prazo, para descontar o Funrural. O mesmo acontece com os R$56,00/@, nas mesmas condições, em Goiânia (GO).

Além do ligeiro aumento na disponibilidade de animais terminados, principalmente fêmeas, a morosidade das vendas de carne e o dólar baixo também ameaçam a sustentação das cotações da arroba.

Contudo, espera-se que ao longo dos próximos dias, em função do pagamento dos salários, a demanda por carne bovina aumente. Como a oferta de gado ainda não é das melhores, é provável que, no mínimo, as cotações permaneçam estáveis. Essa é a tendência para o curtíssimo prazo.