A americana Conagra Brands está em negociações para vender sua marca de cachorro-quente Hebrew National à brasileira JBS, informou o “The Wall Street Journal” citando fontes a par do assunto. Um acordo, que também pode incluir a marca de clara de ovo líquida Egg Beaters e a marca de salsichas Odom’s Tennessee Pride, pode chegar a cerca de US $ 700 milhões, segundo as fontes.
Qualquer acordo, entretanto, provavelmente levará semanas para ser concluído e a Conagra ainda poderá decidir continuar com as marcas ou optar por vendê-las a outra empresa. Em abril de 2019, a Conagra divulgou que as vendas da Hebrew National no ano fiscal anterior foram de US$ 170 milhões, e as do Egg Beaters, de US$ 78 milhões.
Mas a popularidade do cachorro-quente kosher Hebrew National transcendem o tamanho da marca, em parte graças ao seu slogan de longa data – “Respondemos a uma autoridade superior”.
A Conagra, que tem um valor de mercado de US$ 17,6 bilhões, está reformulando seu portfólio para impulsionar suas marcas de alimentos congelados e lanches, como Healthy Choice e Slim Jim, de beef jerky.
Para a JBS, maior processadora de carne bovina dos Estados Unidos, a compra expandiria o alcance para produtos de mercearia em um momento em que os consumidores mudaram suas preferências de compra de alimentos para os supermercados, por causa da pandemia.
A JBS tem um valor de mercado de mais de US$ 12 bilhões e obtém a maior parte de sua receita dos EUA, onde seus negócios incluem a empresa de processamento de carne bovina e suína Swift e a Pilgrim’s Pride, segunda maior indústria de frango do país.
Caso a JBS feche o negócio, expandirá seu portfólio de marcas de consumo. Produtos como esses da Conagra, de maior valor agregado, tendem a gerar lucros maiores que a carne a vendida para restaurantes e varejo.
Em fevereiro de 2020, a JBS anunciou, nos EUA, um acordo de US$ 238 milhões para comprar a Empire Packing, que atua no varejo de carne com a marca Ledbetter.
Os produtos kosher da Hebrew National foram vendidos pela primeira vez na cidade de Nova York em 1905, e a Conagra adquiriu a empresa-mãe da marca em 1993. Nos EUA, ao longo das décadas os cachorros-quentes se tornaram um produto básico em estádios de beisebol e churrascos no quintal. No início de 2019, as vendas da marca estavam ligeiramente abaixo da média da categoria cachorro-quente, segundo o “The Wall Street Journal”.
Fonte: Valor Econômico.