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Agtechs atraem US$ 16,9 bi em 2018

Aliadas no enfrentamento da crise climática, as tecnologias para o agronegócio tornaram-se uma das principais ondas disruptivas da economia global. Em 2018 as empresas do setor, conhecidas como agtechs, agritechs ou agrotechs, receberam um volume recorde de US$ 16,9 bilhões (R$ 70,3 bilhões) de investimentos, 43% a mais que no ano anterior, segundo estudo da Agfunder com 1,6 mil startups. Os EUA dominam esse mercado, seguidos de China, Índia e Brasil.

Das 182 agthechs mapeadas em 2018 pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), 81 (44%) fornecem sistemas de informática para gestão de fazendas, drones e sensores conectados à internet das coisas (IoT, em inglês). Três quartos têm como modelo de receita o software como serviço (SaaS). Elas estão concentradas em São Paulo (31%), Minas Gerais (16%), Paraná (10%), Santa Catarina (10%) e Rio Grande do Sul (9%).

“As agtechs têm ganhado mais investimentos, inovação e visibilidade ao oferecer tecnologias tanto para as grandes empresas quanto para o pequeno produtor”, observa o presidente da Abstartups, Amure Pinho. Ele acredita que a disseminação do uso de inteligência de dados para auxiliar na tomada de decisões agrícolas é forte tendência para os próximos anos.

“As agtechs têm despertado a atenção de fundos como o SP Ventures, que está captando US$ 75 milhões (R$ 312 milhões) para entrar na participação societária de 20 a 25 startups. “É a melhor oportunidade de investimento da geração, pois seus fundamentos são claros e sólidos”, afirma o gestor Francisco Jardim. Ele lembra que vários estudos apontam o crescimento de 50% a 70% na demanda mundial de alimentos até 2050 e o Brasil é o país que tem mais espaço para supri-la.

“Parte do portfólio do SP Ventures está concentrada no Agtech Valley, polo de empreendedorismo agrícola localizado em Piracicaba (SP) e região. O fundo também investe em startups surgidas em universidades federais, como a Horus Aeronaves, nascida na UFSC e hoje a maior plataforma nacional de drone como serviço; e a Aegro, criada na UFRGS, cujo software de gestão agrícola para pequenas propriedades tem 4 mil usuários em 1,3 milhão de hectares.

“O fundo Inseed Investimentos já alocou R$ 34 milhões em 13 agtechs. Uma delas é a Rizoflora Biotecnologia, criada na Universidade Federal de Viçosa (UFV) e vendida para a multinacional Stoller por cinco vezes o capital investido. “Nossa expectativa na carteira agro é conseguir alguns investimentos com retornos maiores que dez vezes”, diz o diretor-presidente do Inseed, Gustavo Junqueira.

“Outra investida do fundo é a Smartbreeder, empresa de inteligência agronômica digital de Piracicaba. Sua plataforma atua como “consultor agronômico” no manejo de 2,3 milhões de hectares de cana-de-açúcar, grãos e florestas, usando inteligência artificial, computação cognitiva e deep learning. “Nossa ferramenta permite indicar onde, quando e quanto colocar cada insumo para fazer a agricultura mais sustentável”, diz o diretorpresidente Éder Giglioti.

“A Agrosmart, de Campinas (SP), fornece um pacote tecnológico de “cultivo inteligente” que coleta informações e faz recomendações ao produtor. O sistema dispensa a cobertura de internet ou celular no campo para o envio de dados. Entre seus clientes estão companhias com muitos fornecedores como Coca-Cola, Pepsico e Cargill. “É possível, por exemplo, avaliar o risco de seca e propor ações em tempo real”, diz o diretor de novos negócios da agritech, Guilherme Raucci. “Na irrigação, a economia de água chega a 60%.

Fonte: Valor Econômico.

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