Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério da Economia nesta semana mostram que a agropecuária foi o setor que menos perdeu empregos formais no primeiro semestre no Rio Grande do Sul. Embora o saldo tenha sido negativo, de 194 vagas com carteira assinada, levando-se em conta a diferença entre as 18.605 admissões e os 18.799 desligamentos, a redução foi menor que a dos demais grupos de atividades econômicas (comércio, serviços, indústria e construção), que fecharam 94.296 vagas. No país, o agro terminou o semestre com saldo positivo de 62.633 mil vagas formais (437.999 admissões e 375.366 desligamentos).
O pesquisador do Departamento de Economia e Estatística (DEE), da Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão, economista Rodrigo Feix, avalia que o emprego no setor da agropecuária no Estado seguiu um comportamento semelhante ao dos anos anteriores. No início do ano, contratou mais, em função da colheita da uva e da maçã e apoio à safra de grãos de verão, enquanto que a partir de março ocorreu a desmobilização desta mão de obra. “Mesmo com a pandemia, a produção agrícola seguiu o seu curso, até porque as decisões já estavam tomadas”, observa.
Feix explica ainda que as áreas de alimentos e higiene foram as menos impactadas durante a pandemia, no Brasil e no mundo. “Com menor poder aquisitivo, as famílias cortam outras coisas, mas continuam comprando alimentos”, explica. O economista lembra ainda que o Rio Grande do Sul enfrentou os prejuízos causados pela estiagem. “Estes dois pontos – demanda por alimentos e quebra de safra – se contrabalançaram e os empregos da agropecuária foram os menos impactados”, avalia. Para o segundo semestre, prevê Feix, a tendência é de aumento dos desligamentos, por movimento sazonal.
Fonte: Correio do Povo.