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Agricultura não é a vilã da crise hídrica, afirma pesquisador do IEA

Praticamente todas as análises e especulações sobre esse fenômeno colocam a agricultura como uma das grandes responsáveis da recente e crescente escassez hídrica, já que é apontada como voraz consumidora de água da sociedade. O debate técnico pode demonstrar que a Agricultura não só não é a responsável pela atual crise, mas uma das esperanças de saída, afirma Eduardo Pires Castanho, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

No artigo intitulado “Aquonegócio”, o pesquisador inicia a discussão afirmando que não se pode confundir Agropecuária com Agronegócio, sendo que este último se constitui de uma relação de produção, referente à cadeia produtiva agropecuária e florestal, e não as grandes empresas desses setores. Ele comenta sobre a importância do setor – 25% a 30% do PIB brasileiro -, bem como no comércio exterior.

Ao propor uma discussão técnica sobre a utilização da água na produção de alimentos, descrevendo o processo através do qual a água é retirada da natureza, utilizada e devolvida ao meio ambiente, o quanto o desmatamento e a poluição prejudicam esse ciclo, o autor absolve o setor de ser o grande responsável pelos problemas que a região Sudeste apresenta. Segundo ele, tudo que é irrigado tem um consumo de água muito grande. O que não é irrigado possui um consumo relativamente baixo de água. Isso, entretanto, não quer dizer que essa água “fique” no produto. Toda planta precisa de água, como os humanos, porém, essa água é utilizada e volta para o ciclo.

“Longe de ser a vilã na questão da água, a Agropecuária é perfeitamente sustentável do ponto de vista hídrico, e é a grande produtora de água para outros usos sociais, não sendo, de modo algum, fator de escassez de água”.

O artigo pode ser acessado aqui.

Fonte: IEA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. Andre disse:

    Prezados,
    É possível que a relação do agronegócio com a escassez de água no sudeste realmente não esteja diretamente relacionada. É fato que o agronegócio tem papel importantíssimo na economia brasileira e o mais importante, é na propriedade rural que o alimento humano é produzido e esse é a nobre e indispensável função da agropecuária ! É sabido porém que em toda cadeia produtiva existem diferentes caminhos que podem ser seguidos. O caminho correto é aquele em que existe a harmonia entre a produção do alimento e o respeito ao meio ambiente. Existem porém atalhos que se podem seguir para maximização dos lucros e esses podem ser escalonados desde antiéticos, ilegais e até criminosos. Existem exemplos de harmonia entre produção pecuária e respeito ao meio ambiente que felizmente são divulgados aqui neste canal de comunicação. Mas infelizmente este padrão não é seguido em grande parte das propriedades rurais brasileiras. O desmatamento é sim fator crucial na liberação de carbono para a atmosfera. A expansão da fronteira agrícola ainda presente e que tanto foi estimulada pelo governo no Brasil em meados do século passado hoje cobra seu preço. Precisamos integrar tecnologias de aumento de produtividade no campo urgentemente. Temos que melhorar a genética do nosso rebanho para potencializar ganho de peso em áreas mínimas de terreno, temos que aumentar a fertilidade das fêmeas e diminuir o intervalo entre partos. Temos que ser contra o desmatamento feroz e a favor da recuperação das APPs. A umidade normalmente gerada vegetação da floresta amazônica e pelo cerrado e liberada na atmosfera já não é mais a mesma de décadas passadas… temos talvez 40% menos vegetação que há 50 anos atrás… uma árvore de 15 metros de copa joga 400 litros de água na atmosfera por dia. 40% menos de vegetação simplesmente deixaram de por essa umidade no ar… e a chuva não se forma mais como antes… e não chega ao Sudeste ! Será que isso tem influência na falta de chuva do Sudeste ? Climatologistas não tem dúvida disso (http://www.ipam.org.br/download/livro/O-Futuro-Climatico-da-Amazonia/758).
    Controvérsias sempre existirão. Mas não se pode cruzar os braços e deixar o tempo passar. O tempo é precioso. Temos que continuar a produzir alimento… e temos que valorizar a pecuária verde, com produtividade máxima… em equilíbrio com a natureza e exemplarmente de acordo com a legislação ambiental vigente… e quem sabe fazer ainda mais que isso… dando exemplo pra outras cadeias produtivas do mundo todo. Sem água não tem agropecuária, não tem alimento, não tem vida !!!

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