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“Agricultura corporativa” ganha espaço no país

Não é de hoje que os mercados de terra e de produção agrícola em geral atravessam um processo de concentração no país. Nos últimos anos, porém, esse movimentou ganhou uma nova roupagem e agentes diferentes. Agricultores tradicionais, incluindo os de grande porte, passaram a conviver com concorrentes nacionais e estrangeiros fincados desde a origem em pilares corporativos e discursos baseados em profissionalização, governança, sustentabilidade e retorno do capital.

Não é de hoje que os mercados de terra e de produção agrícola em geral atravessam um processo de concentração no país. Nos últimos anos, porém, esse movimentou ganhou uma nova roupagem e agentes diferentes. Agricultores tradicionais, incluindo os de grande porte, passaram a conviver com concorrentes nacionais e estrangeiros fincados desde a origem em pilares corporativos e discursos baseados em profissionalização, governança, sustentabilidade e retorno do capital.

Alguns desses “players” não têm vínculos diretos anteriores com o campo, enquanto outros vêm de segmentos próximos. Mas todos estão de olho ou na valorização imobiliária em si das terras brasileiras, cujos preços estão em níveis recordes, e na agregação de valor a essas terras com a produção de alimentos, tendo em vista a tendência de crescimento da demanda internacional.

Não há números oficiais sobre a área agricultável total que já está nas mãos desses grupos de empresas, algumas já de grande porte e outras em processo de expansão. Mas, baseados nos projetos mais conhecidos, é consenso entre especialistas que o movimento ainda crescerá muito mais, a depender das discussões em torno do novo Código Florestal e dos limites às aquisições de terras por estrangeiros.

Levantamento do Valor mostra que cerca de 1,3 milhão de hectares já foram ocupados por grupos com essas características com grãos, fibras e até culturas perenes. Entre eles estão a SLC Agrícola, maior companhia agrícola do Brasil, que pode ser incluída na lista não por ser um “novo” player, já que têm décadas de plantio nas costas, mas pelo que agregou a seu negócio com a criação da Land Co, uma companhia especializada na compra e na venda de terras. Na mesma linha está a Radar, criada pela gigante sucroalcooleira Cosan.

O montante de terras sob o tutela dessas corporações poderá avançar para 1,5 milhão de hectares se forem consideradas as áreas do Grupo Vanguarda, do empresário rural Otaviano Pivetta, que poderão ser incorporadas pela Brasil Ecodiesel.

Uma das maiores indústrias têxteis do país, a Coteminas surpreendeu ao anunciar no mês passado sua aliança com grupos de expertise em produção e comercialização de grãos. A empresa quer desbravar oportunidades no mercado de terras no Brasil e criou a Cantagalo, na qual detém 50% de participação. A companhia tem meta ambiciosa de sair do zero para cultivar 150 mil hectares em terras próprias, entre grãos e fibras, em dois a três anos.

Muitas dessas empresas já detinham grandes áreas de terras antes do boom imobiliário no campo. Por isso, diz Fava Neves, ex-coordenador do PENSA/USP e criador do centro de pesquisas e projetos Markestrat, participaram de um dos melhores momentos da valorização imobiliária rural do país. “Em 1987, um hectare custava 4 sacas de soja no oeste baiano. Em 1998, essa relação subiu para 15 sacas e neste ano está em 400 sacas”. Mas, apesar de toda a alta, o movimento vai continuar. “Em uma escala de zero a dez, o movimento de valorização está no nível 6”, afirma.

A matéria é de Fabiana Batista e Alexandre Inacio, publicada no jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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