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AgriBrasil busca deslanchar na área de grãos não transgênicos

Frederico Humberg não nega suas origens. Neto de Erich Humberg, que na década de 1960 ocupou a presidência da Sanbra, controlada da Bunge no Brasil, ele transita entre grandes tradings agrícolas multinacionais e empreendimentos próprios no segmento desde 1990. Agora, aos 46 anos, tenta fazer deslanchar sua AgriBrasil, montada em 2016 para explorar o mercado de grãos especiais, sobretudo soja e milho não transgênicos, “nicho” hoje valorizado em função do domínio das sementes geneticamente modificadas nas lavouras. No país, mais de 90% das produções de soja milho são transgênicas.

Em 2017, primeiro ano-fiscal da nova empresa, o faturamento chegou a R$ 85 milhões e a margem Ebitda atingiu 6%. Para este ano, as projeções indicam R$ 250 milhões em vendas e margem Ebitda menor, da ordem de 4%. Para a receita, diz Frederico Humberg, o objetivo é chegar a R$ 500 milhões em 2019 e a R$ 800 milhões em 2020. “É grande o potencial desse mercado”, afirma.

O foco em grãos “tradicionais” é semelhante ao da Agrenco, da qual o “empresário/executivo” tornou-se sócio e diretor há 21 anos – a companhia enfrentou problemas na Justiça e quebrou no início desta década, quase dez anos após a saída de Humberg.

Na Agrenco, lembra, foram oito anos trabalhando diretamente com marketing de produtos brasileiros na Europa, experiência fundamental para a abertura de mercados atualmente, já que a maior demanda externa por grãos convencionais ainda está no continente.

Mas o faturamento não depende apenas de exportações. Entre os cerca de 50 clientes da AgriBrasil há redes varejistas estrangeiras e grandes múltis como DuPont e InVivo, mas grupos brasileiros como JBS, BRF e Aurora, entre outras cooperativas, engrossam a lista.

Já o modelo de negócios da empresa, “leve em ativos”, segue a lógica que Humberg ajudou a implantar quando presidiu, de 2011 a 2015, a subsidiária brasileira da Gavilon, trading de origem americana controlada desde 2013 pela japonesa Marubeni que tem crescido aceleradamente no Brasil.

“Não temos ativos pesados. A depender do ritmo do nosso crescimento, poderemos até arrendar um ou mais armazéns. Mas a ideia é seguir a lógica atual”, diz ele. Em 2017, a AgriBrasil movimentou 85 mil toneladas de soja não transgênica, mas o volume nessa frente tende a crescer e ser complementado com milho, mercado que a empresa ainda está prospectando.

No caso do milho não transgênico, o caminho da AgriBrasil será mais longo. Esse mercado ainda não é muito desenvolvido no Brasil e os prêmios são mais instáveis. Hoje variam de 5% a 10%. “Ainda estamos buscando clientes para o milho no exterior”, diz Humberg, adiantando que também quer atuar nas áreas de soja e milho orgânicos.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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