A “globalização da obesidade” é uma nova ameaça em vista, alertou o diretor-geral da FAO, a agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, José Graziano da Silva, em encontro com ministros de agricultura dos países-membros do G-20 que se realiza em Niigata, no Japão.
Graziano destacou o vínculo entre os problemas de fome, obesidade e mudança climática. E conclamou a comunidade internacional a introduzir regulações e padrões que transformem os sistemas alimentares afim de garantir melhor nutrição e saúde para as pessoas globalmente.
Segundo o diretor da FAO, atualmente, mais de 2 bilhões de pessoas têm excesso de peso. Um terço delas, ou mais de 670 milhões, são obesas, diretamente ameaçados de doenças crônicas como diabete, hipertensão, doenças do coração e alguns tipos de câncer.
Projeções da FAO sugerem que o número de pessoas obesas no mundo vai superar “em breve” o número de pessoas que sofrem de fome, que eram 821 milhões em 2017.
Segundo a agência, o número de obesos já é maior do que as pessoas que passam fome na América Latina e Caribe.
Oito dos 20 países com a mais rápidas taxas de crescimento de adultos obesos estão na África. De 38 milhões de crianças com menos de 5 anos já com excesso de peso, a metade está na Ásia.
Em comunicado, a FAO estima que esse problema traz custos exorbitantes de US$ 2 trilhões por ano em cuidados com a saúde e perda de produtividade. A soma é equivalente ao impacto provocado pelo fumo ou conflitos armados.
Fonte: Valor Econômico.