Fechamento – 12:20 – 13/02/02
13 de fevereiro de 2002
Internacional
15 de fevereiro de 2002

Aftosa gerou prejuízo de U$ 400 milhões ao Cone Sul em 2001

Quatrocentos milhões de dólares é o valor do prejuízo que as doenças veterinárias causaram em 2001 ao continente americano. Esta é a estimativa da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). O problema maior foi a febre aftosa, que atingiu a maioria dos países da América do Sul, com um registro de mais de seis mil focos da doença. O continente tem 45% das 290 milhões de cabeças de gado em área considerada afetada por febre aftosa, porém nenhum foco novo da doença foi encontrado neste ano. O último caso foi registrado em dezembro do ano passado, na Argentina.

Mas a OPAS quer ir mais longe: o objetivo é erradicar a doença do continente até 2009 e alcançar o mesmo sucesso do programa de erradicação da raiva canina nas principais cidades da América Latina. Em 2000, não foram registrados casos da doença em 19 das 21 cidades mais importantes do continente, e o número total de casos em 2001 não passou de 50.

Extinguir a aftosa das Américas daqui a sete anos exigirá muito trabalho. Uma das maiores preocupações do Panaftosa (Centro Pan-Americano de Febre Aftosa) hoje é com a Bolívia, que no ano passado registrou 144 focos da doença e até agora não foram eliminados.

“O problema da Bolívia é que a situação é considerada endêmica, ou seja, é muito difícil de eliminar os focos que ainda resistem”, avalia o diretor do Panaftosa, Eduardo Correa Melo, que promoveu entre os dia 5 e 7 de fevereiro um encontro, na sede da entidade na cidade carioca de Duque de Caxias, para debater o problema.

Considerado um dos eventos mais importantes do continente no setor veterinário, o encontro serviu como uma espécie de consenso sobre a forma de se combater a febre aftosa no continente americano. Para a maioria das autoridades presentes, isso só poderá ser resolvido se houver união no continente. Ficou clara a consciência de que saúde veterinária não é só um problema localizado, mas de todo um bloco comercial.

“Somente pensando de uma forma conjunta é que vamos poder atingir a meta de acabar com a doença no continente daqui a 7 anos. Não adianta o produtor vacinar e o seu vizinho não ter o cuidado com essa questão. Precisamos pensar e agir juntos”, observou o coordenador do programa de saúde pública veterinária da Organização Pan-americana de Saúde, Albino Belotto.

As autoridades sanitárias estarão em Washington (Estados Unidos) no próximo dia 27 para um encontro com representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), quando vão tentar levantar recursos para cobrir os prejuízos e colocar em prática o projeto de erradicação da febre aftosa nas Américas.

Fonte: Clic RBS/Agrol, adaptado por Equipe BeefPoint

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