JBS finaliza integração e sinergia estimada é de R$ 1,5 bilhão
26 de outubro de 2011
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26 de outubro de 2011

Adubar pasto para intensificar produção pecuária

O que costumava ser visto como despesa desnecessária hoje é considerado um investimento. "Antes o produtor não queria nem ouvir falar em adubar pasto. Hoje aceita a idéia e sabe que tem de fazer aquela área produzir. Essa barreira foi vencida", diz o agrônomo Maurício Palma Nogueira, da Bigma Consultoria.

Para resistir à pressão da agricultura e com as restrições ambientais para a abertura de novas áreas, a tendência de adotar um manejo intensivo das pastagens, que inclui a adubação, tem crescido. Até em regiões pecuárias mais tradicionais, como o sudeste de Mato Grosso e norte do Pará, o assunto correção de solo e adubação de pasto já circula entre os criadores.

Ou seja, o que costumava ser visto como despesa desnecessária hoje é considerado um investimento. “Antes o produtor não queria nem ouvir falar em adubar pasto. Hoje aceita a idéia e sabe que tem de fazer aquela área produzir. Essa barreira foi vencida”, diz o agrônomo Maurício Palma Nogueira, da Bigma Consultoria.

Esse “avanço” na pecuária brasileira é uma das constatações do Rally da Pecuária, expedição técnica que está visitando fazendas de corte em nove Estados

Realizado pela Bigma Consultoria e pela Agroconsult, o rally percorrerá, até novembro, 24 mil quilômetros, perfazendo 75% do rebanho nacional e 85% da produção de carne bovina. Até agora, as equipes já rodaram 14 mil quilômetros e visitaram 60 produtores.

Na paisagem, já é visível o avanço da agricultura. “O pecuarista que não investir em tecnologia e qualidade não terá como competir com grãos, cana eucalipto”, diz Nogueira. Ele compara: “A pecuária paga, em média, R$ 100 por hectare, ante R$ 500 a R$ 700 por hectare pagos pela agricultura. O eucalipto paga uma média de R$ 900 por hectare e a cana, em torno de R$ 600 por hectare.”

Segundo o consultor, tradicionalmente o produtor prefere investir em ganhos zootécnicos (sanidade, nutrição e genética), que dão retorno mais rápido. “Já o retorno do investimento agronômico, que inclui a melhora de pastagens, demora mais, mas eleva a produtividade, o que dá fôlego para mais investimentos.”

O produtor Maurício Tonhá, da Estância Bahia, em Água Boa (MT), acompanha a fertilidade de seus 6 mil hectares de pasto há dez anos. “Sei as áreas que estão melhor trabalhadas e onde vale a pena investir. A adubação é totalmente ajustada às necessidades de cada área”, diz.

A fazenda movimenta cerca de 15 mil animais, com recria a pasto e engorda em confinamento. “Adubar custa caro, mas é viável se o sistema for eficiente. Daí a importância de encarar a fazenda como empresa.” Adepto da integração lavoura-pecuária, Tonhá aproveita o plantio de soja, e de milho e sorgo na safrinha, para reformar áreas de pasto.

O consultor Nogueira calcula que uma reforma de pasto, que inclui o replantio do capim, custe em torno de R$ 3.500 por hectare; a recuperação varia de R$ 1.800 a R$ 2.200 por hectare. Segundo o agrônomo Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste, na reforma da pastagem, o produtor vai retirar as plantas, preparar o terreno, fazer curvas de nível, corrigir o solo, adubar e semear o novo capim.

Se optar pela recuperação, a forrageira que já está na área é mantida e faz-se correção do solo, adubação e ajuste do manejo da planta (carga animal, altura de pastejo, etc.). “Importante ressaltar que a melhor forma de verificar a necessidade de calcário e adubo é fazer uma análise de solo”, diz Bernardi.

Os resultados na Estância Bahia comprovam. A média anual da taxa de lotação ali é de três animais por hectare/ano, ante a média do Estado de um animal por hectare/ano. “Na época das águas, consegue elevar a taxa para até 5 animais por hectare/ano. Já a produção de carne é de 15 arrobas por hectare/ano, ante a média brasileira de 3 a 4 arrobas por hectare/ano.

“Com adubação, integração lavoura-pecuária, rotação de pastagens e melhora na nutrição do rebanho, quero produzir 30 arrobas por hectare/ano em 2013”, diz Tonhá.

A idade de abate é de 24 a 30 meses; a média do Estado é de 30 a 36 meses. “A agricultura está avançando e o pecuarista precisa achar maneiras de fazer frente a essa competição. A tendência é diminuir a quantidade de boi acabado a pasto e aumentar animais de confinamento.”

Em São Luiz do Paraitinga (SP), o pecuarista Ricardo Silveira de Oliveira Lima, da Fazenda Liberdade do Mato Dentro, conta que a idéia de adubação em pastejo rotacionado intensivo surgiu em 1999 em outra fazenda do grupo, em Minas Gerais. “A rotina de adubação de base, desde a instalação das pastagens, sempre existiu em nossas fazendas.

Mas o primeiro projeto em Minas não foi adiante porque não estava suficientemente maduro. A agricultura ainda não avançava com tanta intensidade sobre as áreas de pecuária e muitas vezes era mais barato comprar mais terra do que adubar intensivamente. Além disso, iniciamos o projeto em área de 70 hectares, o que complicou o manejo, pois o número de animais ficou muito grande”, diz o produtor, que tem 1.200 hectares de pastagens e rebanho de 2 mil cabeças em ciclo completo (cria, recria e engorda).

Em 2007, a idéia foi retomada. “Com a pressão do eucalipto, senti necessidade de aumentar o suporte da propriedade e a adubação intensiva surgiu como opção.” O pastejo rotacionado intensivo foi instalado em módulos, subdivididos em dez piquetes cada. “Periodicamente tiramos amostra de solo e enviamos para o laboratório. As adubações e calagens são determinadas por esses laudos e pelo histórico da área.”

Fonte: jornal O Estado de SP, adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Liodeir Rodrigues Carvalho disse:

    Estou fazendo os estudos iniciais para iniciar os cuidados necessários com a pastagem.

  2. Saul Bueno Menezes disse:

    É a saída para uma melhor eficiência na pecuária tão descriminada pelo seu baixo resultado. Temos que nos dar conta que não comemos eucalipto e não vivemos de garapa.

  3. EDVARDE ROBERTE SANTANA disse:

    Esta é uma das grandes magicas do agropecuarista brasileiro, saber produzir, com custos elevados e ter retorno garantido.

  4. Antonio João Lourenço disse:

    A introdução de leguminosas forrageiras (banco de proteina) em áreas degradadas de pastagem com gramineas é uma alternativa viavel e economica. A leguminosa é planta forrageira com qualidade superior a graminea, e contribui com a fixação do nitrogênico atomosferico, melhorando a fertilidade do solo.

  5. Cleziomar A. V. Egidio disse:

    Aproveitando a sugestão do Djalma tenho um case de sucesso onde um pecuarista vizinho a nossa propriedade, em 4,8h (1 alq) de terra plantada com capim Massai divididos em 4 piquetes manteve em plena época das secas aqui do Oeste Goiano (Fazenda Nova-GO) cerca de 100 cabeças de animais de aproximandamente  1 ano com  o regime de semiconfinamento e manejo rotativo e esteve bastante satisfeito com os resultados.

    Antes porém fez análise de solo, calcareou e adubou, nada mais do que o necessário.

    Estou fazendo o mesmo com 20 h, que entes  um pasto degradado plantado com capim Brachiaria decumbens se manteve até então fraco e com pouca resistência, fizemos análise de solo e para minha surpresa 33 t de calcário e 5 t de adubo foram necessários.

    Fizemos a aração, correção e exatamente hoje iniciamos a semeadura de 400 Kg de massai, estamos ansiosos para ver os resultados.

  6. ronaldo gasparini disse:

    Recomendo uma conversa com o pecuarista Sr. Jorge Nisrallah de Presidente Prudente. Ele faz um trabalho de "cocho" no pasto, adubando e mantendo os animais em "Confinamento aberto". É uma técnica fantástica e com ótimos resultados.

  7. Liodeir Rodrigues Carvalho disse:

    Gostaria de compartilhar a experiência do Sr. Jorge Nisrallah!

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