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Acordo Mercosul-UE é vantajoso para ambos os blocos e vai sair, diz Tereza Cristina

Mesmo com toda a pressão de governos, empresas e organizações da Europa sobre o Brasil por conta do aumento no número de queimadas e desmatamentos na Amazônia e no Pantanal, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, mantém a convicção pessoal que o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia vai sair do papel.

Durante o Fórum Valor Reconstrução Sustentável, ela disse que a maior preocupação no momento não é com as críticas dos governos europeus ou com os movimentos protecionistas dos produtores de lá, mas com o impacto da “propaganda negativa” sobre os consumidores europeus.

“O acordo Mercosul-União Europeia vai sair, eu acredito que ele saia porque ele é vantajoso para ambos os blocos”, afirmou Tereza Cristina. “A minha preocupação não são os Estados. A gente tem a preocupação maior com o consumidor, para que essa propaganda negativa não atinja de maneira devastadora os consumidores”, acrescentou.

Segundo a ministra, a agricultura é o ponto de discórdia mais relevante dos embates em torno do acordo porque a competitividade e potencial de crescimento do setor produtivo brasileiro “assusta” os produtores europeus. Mas o acordo não deve ser prejudicado. “Vai ter muito ‘vai pra lá, vem pra cá’, mas eu acredito que o acordo sai”, disse.

A ministra criticou a reação estrangeira contra o agronegócio brasileiro. Ela levantou o debate sobre os danos causados pela matriz energética europeia ao clima. “O grande problema é a matriz energética que cada país tem. Na Europa, têm matriz energética de carvão e petróleo. Será que eles vão mudar isso? Nossa matriz energética é muito mais limpa que a deles e a nossa agricultura vem diminuindo as emissões desde 2005”, destacou Tereza Cristina.

Queimadas e desmatamento

A ministra voltou a defender a regularização fundiária como principal instrumento para o combate e a punição aos crimes ambientais, como desmatamentos ilegais e queimadas. Durante o fórum, ela destacou as dificuldades de coibir as práticas devido à extensão territorial do país e defendeu a necessidade de alocação de recursos para um plano de prevenção aos incêndios florestais.

Tereza Cristina citou que alguns produtores ainda usam a queimada como técnica para limpar terrenos. Ela disse que é preciso realizar um trabalho de conscientização, assistência técnica, regularização fundiária e ambiental e concessão de crédito para evitar essa “prática rudimentar” e todos os prejuízos que ela pode causar ao país e à imagem do agronegócio.

“Temos que ter um plano de prevenção cada vez mais forte e ter recursos para poder ajudar em época de incêndios. Temos que ter ferramentas para controlar e coibir quando incêndios forem maiores”, indicou. A ministra também saiu em defesa dos produtores rurais. “ A grande maioria dos pantaneiros terá prejuízo enorme com as queimadas. Temos que separar o joio do trigo. Tem gente travestido de produtor rural que pega área não destinadas na Amazônia, por exemplo”, afirmou.

A ministra voltou a prometer que colocará em prática ainda neste ano um programa para analisar o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que registrou mais de 6,5 milhões de propriedades rurais no país, para conseguir identificar quem está ou não seguindo a lei.

Fonte: Valor Econômico.

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