O acordo de primeira fase assinado entre a China e os Estados Unidos nesta quarta-feira em Washington prevê a importação de, no mínimo, US$ 32 bilhões adicionais de produtos agrícolas americanos pelo país asiático nos próximos dois anos.
Estão previstas importações de US$ 12,5 bilhões em 2020 e US$ 19,5 bilhões em 2021. Nos dois casos, os valores adicionais levam em conta a base de importações de 2017, quando os chineses importaram US$ 19,5 bilhões em produtos agrícolas americanos, de acordo com informações do Serviço Externo Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
De acordo o órgão dos EUA, até novembro do ano passado, os americanos exportaram US$ 12 bilhões em produtos agrícolas aos chineses. O melhor resultado anual registrado até então foi alcançado em 2012, quando os embarques alcançaram US$ 25,9 bilhões.
Nos últimos dias, muitos analistas questionaram a intenção americana de vender entre US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões aos chineses, conforme o presidente Donald Trump havia dito que seriam contemplados no acordo.
Em entrevista ao Valor na semana passada, o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa, considerou a proposta inexequível. “Não fecha a conta, não tem produto americano para isso. As compras teriam que subir US$ 18 bilhões a mais por ano, para um total de US$ 40 bilhões. O que está proposto é inexequível, porque os EUA não têm produto agrícola suficiente para as metas propostas.”
Pessôa ainda destacou que o acordo de primeira fase entre a China e os Estados Unidos deve mudar pouco o preço médio da soja na bolsa de Chicago. “Ao longo do tempo, deve ter uma elevação de preços caso o acordo seja de fato sacramentado, com um aumento de 20 centavos de dólar, mas a maior parte do efeito do acordo já foi precificada com a antecipação da expectativa de um entendimento”, afirmou.
Fonte: Valor Econômico.