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Acirramento das tensões entre EUA e China tumultua mercados agrícolas

O anúncio de que os Estados Unidos vão impor novas tarifas sobre a importação de produtos chineses voltou a tumultuar hoje o mercado internacional de soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro. Não pela taxa americanas em si — de 10% adicionais sobre US$ 300 bilhões de bens e produtos chineses, mas pela possibilidade de Pequim retaliar Washington no setor agrícola.

Logo no início das disputas comerciais entre as duas potências, a China taxou a soja americana em 25% e reduziu sobremaneira os embarques vindos do país da América do Norte. A medida favoreceu o Brasil, que viu sua já elevada participação nas importações do país asiático crescer ainda mais. Brasil e EUA são os maiores exportadores de soja em grão do mundo, e a China é a principal importadora. Hoje, na bolsa de Chicago, contratos futuros do grão caíram quase 2%.

Neste ano, as compras chinesas de soja de todas as origens estão em queda, em boa medida graças à epidemia de peste suína africana que está reduzindo de forma expressiva seu plantel de suínos, o maior do mundo. Com menos suínos, a demanda por ração diminui, e a soja é um dos grãos mais utilizados na alimentação desses animais.

Das commodities agropecuárias exportadas pelo Brasil mais importantes, a soja até agora foi a mais afetada. Outro produto americano onerado por Pequim é o algodão, e o Brasil também foi favorecido pela briga, se consolidando neste ano como o segundo mais importante exportador do mundo. O milho também está no meio da briga das potências, mas, nesse caso, as importações da China são pequenas, tendo em vista, inclusive, os estoques ainda elevados do país.

No mercado de carnes, os preços da carne suína recuaram 5% hoje em Chicago por causa da possibilidade de o produto entrar num eventual pacote chinês de retaliação. Nesse caso, o Brasil também poderá ser beneficiado, uma vez que a tendência é que a China aumente suas importações do produto por causa da peste.

Outros produtos agrícolas de nicho também poderão estar no pacote de Pequim, que desde o ano passado impôs tarifas sobre castanhas e frutas, por exemplo. Nessa frente, contudo, a possibilidade de o Brasil ser beneficiado é menor, até porque são produtos que não são produzidos no Brasil ou que o país não tem excedentes exportáveis relevantes.

Fonte: Valor Econômico.

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