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AC: Viana pretende incentivar crescimento da pecuária

Mesmo com a proposta de aumentar o crescimento da pecuária de corte e a criação de gado para a exportação, Tião Viana afirma que uma das marcas de seu governo será o manejo sustentável da floresta. "Nossa ideia é aumentar a floresta plantada. Não vamos tirar árvore para colocar boi", diz. Segundo o governador, o Acre tem o melhor índice de certificação do uso da madeira do país e isso credenciaria o Estado para exportação para a Europa. Tião diz que reforçará a "economia florestal", bandeira dos governos da Frente Popular, que elegeu o petista. Uma das principais propostas voltadas à política ambiental é a expansão do programa "Florestas Plantadas", que Tião promete levar a 100 mil hectares em quatro anos.

Ao iniciar o governo mais longo do PT em um Estado, o governador do Acre, Tião Viana, terá como desafio conciliar bandeiras históricas de seu partido com as propostas de seu mandato. A possível exploração de petróleo e a criação de gado para exportação constam nas propostas de governo do petista e já despertam a atenção de ambientalistas, agricultores e povos indígenas, que temem eventuais impactos socioambientais no Estado.

A posse do governador eleito do Acre, Tião Viana (PT), deve coincidir com o início dos estudos que vão definir se existe ou não petróleo e gás no Estado. Se a prospecção for possível, Tião diz que investirá nessa matriz energética. “É bobagem imaginar que vamos explorar o pré-sal e que no Acre não podemos pesquisar para ver se há petróleo”, diz. “Não vamos fazer a política do avestruz, de fingir que não vemos. Se tiver petróleo, por que não explorá-lo?”, comenta. “Mas não perderemos de vista a responsabilidade ambiental”, afirma Tião.

Estudos preliminares indicam que o petróleo estaria concentrado no Estado no Vale do Juruá, uma região marcada pela biodiversidade e povoada por ribeirinhos e indígenas. A exploração, alertam ambientalistas, poderia colocar em risco essa população e iria contra o movimento contemporâneo de se orientar a economia para baixo carbono.

Em paralelo ao problema energético, Tião pretende reforçar a Zona de Processamento para Exportação do Acre, para impulsionar a política industrial do Estado.

Mesmo com a proposta de aumentar o crescimento da pecuária de corte e a criação de gado para a exportação, Tião Viana afirma que uma das marcas de seu governo será o manejo sustentável da floresta. “Nossa ideia é aumentar a floresta plantada. Não vamos tirar árvore para colocar boi”, diz. Segundo o governador, o Acre tem o melhor índice de certificação do uso da madeira do país e isso credenciaria o Estado para exportação para a Europa. Tião diz que reforçará a “economia florestal”, bandeira dos governos da Frente Popular, que elegeu o petista. Uma das principais propostas voltadas à política ambiental é a expansão do programa “Florestas Plantadas”, que Tião promete levar a 100 mil hectares em quatro anos.

Os investimentos no Estado deverão continuar calcados em recursos do governo federal, em especial do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), voltados para a infraestrutura. Cerca de 40% da receita do Acre é de repasses federais. O governador diz que o Estado tem 60% da capacidade de empréstimo ocupada e que esse percentual poderá aumentar em seu mandato. No entanto, não diz se o Estado tomará mais empréstimos nos próximos quatro anos.

Tião propõe um grande programa de pavimentação no Estado, com a troca do asfalto por tijolos. As ruas principais, no entanto, devem continuar com asfalto, que é levado de Minas Gerais ao Acre. “É uma matéria prima ecológica e aquece menos”, diz.

O PT vai para o quarto mandato seguido no Acre. Tião destaca que nesse período o Estado “deu um salto” e que o PIB estadual foi de R$ 500 milhões para R$ 5 bilhões.

O grupo do petista deu maioria ao governador na Assembleia Legislativa, onde 16 dos 24 deputados são da base. Na Câmara Federal, cinco dos oito deputados estão com o governo. A Frente Popular elegeu para o Senado o ex-governador Jorge Viana, irmão de Tião.

A frente política, no entanto, desgastou-se nos últimos anos e o resultado foi claro nas urnas. A disputa eleitoral no Estado foi acirrada e Tião obteve 50,51% dos votos. Por pouco, não foi derrotado pelo candidato do PSDB, Tião Bocalom, que deve se lançar na disputa municipal de 2012. Na disputa nacional, o candidato do PSDB, José Serra, foi vitorioso no primeiro e no segundo turno. Tião deverá liderar o processo de rearticulação da frente. “Precisamos estudar o que aconteceu e acompanhar bem de perto para entender”, diz.

A matéria é de Cristiane Agostine, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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