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ABPO mira mercado internacional da carne bovina

Os produtores de carne bovina orgânica do Brasil preparam o terreno para entrar no seleto mercado europeu. O chamado "boi verde" é o próximo filão de mercado dos pecuaristas, que recebem prêmios de 10% a 18% sobre os preços da carne bovina convencional. Localizadas em Nhecolândia, na região pantaneira do Mato Grosso do Sul, 19 fazendas produzem hoje esses animais, criados exclusivamente a pasto - sem adubo químico, herbicidas ou inseticidas - e tratados com homeopatia. "São orgânicos desde o ventre da vaca", afirma Leonardo Leite de Barros, presidente da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), que congrega 15 associados.

Os produtores de carne bovina orgânica do Brasil preparam o terreno para entrar no seleto mercado europeu. O chamado “boi verde” é o próximo filão de mercado dos pecuaristas, que recebem prêmios de 10% a 18% sobre os preços da carne bovina convencional.

Localizadas em Nhecolândia, na região pantaneira do Mato Grosso do Sul, 19 fazendas produzem hoje esses animais, criados exclusivamente a pasto – sem adubo químico, herbicidas ou inseticidas – e tratados com homeopatia. “São orgânicos desde o ventre da vaca”, afirma Leonardo Leite de Barros, presidente da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), que congrega 15 associados.

Criada em 2002, a associação de pecuaristas orgânicos fechou em 2005 uma aliança comercial estratégica e vital com o frigorífico JBS. Graças ao acordo, os pecuaristas conseguiram garantia de compra, valor agregado pela arroba e, principalmente, penetração no mercado interno. O desafio, agora, é adequar-se às normas sanitárias europeias e iniciar os embarques ao continente.

“O JBS está em conversas adiantadas com representantes europeus”, diz Barros. Para entrar na União Europeia, no entanto, a associação terá uma séria lição de casa pela frente. As fazendas terão de aderir ao Sisbov, o sistema de rastreamento do gado bovino. Das 19 fazendas orgânicas, apenas quatro já estão adequadas a esse sistema.

Os pecuaristas da ABPO entregam para abate à unidade de Campo Grande da JBS entre 300 e 500 cabeças por mês, de acordo com a demanda. Cerca de 70% da carne fica no mercado interno e os 30% restantes seguem para países árabes, com destaque para Dubai. Para Barros, a tendência é elevar as exportações, já que se trata de um nicho de mercado ao qual os estrangeiros estão atentos. “Alguns acham que o mercado de orgânicos vai crescer, mas a sua natureza é ser de nicho”, diz Barros. “É uma atividade restritiva, no sentido de se reunir grande números de pecuaristas, porque é preciso controlar tudo o que entra e sai da propriedade, é preciso um amplo banco de dados”.

O aperfeiçoamento do negócio com ganhos tecnológicos, no entanto, são inevitáveis. Recentemente, a ABPO firmou uma parceria com a unidade Embrapa Pantanal, em Corumbá/MS, para realizar um amplo estudo de viabilidade econômica do gado orgânico no Mato Grosso do Sul.

Em outra frente, uniu-se à organização não-governamental Aliança da Terra, com a qual formará uma equipe interdisciplinar para estudar os ganhos ambientais e sociais dessa atividade rural. A certificação é a garantia, hoje, que esses produtores protegem e conservam recursos florestais e hídricos, e seguem as leis trabalhistas. “Mas percebemos que ser só orgânico não basta mais. É preciso mostrar ao consumidor o impacto ambiental e social dessa atividade”, diz Barros.

A matéria é de Bettina Barros, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Produzir organicamente não é fácil e não é para todos. Mas se bem planejado pode ser um bom negócio.

    Att,

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