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“Abigeato é questão de saúde pública”

O abigeato vem sendo um problema discutido fortemente no Rio Grande do Sul nos últimos meses. O roubo e furto de animais no campo, além de trazer medo e insegurança para a população rural, também causam grandes prejuízos econômicos, genéticos e para a saúde pública. A avaliação é do delegado do Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS), João Junior.

Segundo o especialista, quando se fala de prejuízo econômico, não se cita apenas o valor do animal, mas sim o projeto da propriedade. Junior lembra que o projeto de uma propriedade rural se faz para, no mínimo, dois anos, e quando não se consegue concluir o programado por motivo de abigeato o prejuízo não é apenas do animal perdido no momento, mas sim dos próximos ciclos de produção.

“Quando falamos em genética o prejuízo é ainda maior, pois além do valor do próprio animal ser mais alto, o projeto para esses animais normalmente é diferenciado como fêmeas doadoras de embriões, machos doadores de sêmen, projetos de melhoramento de rebanho”, observa.

Quando se fala de saúde pública, o delegado do Simvet/RS estima que o prejuízo fica ainda mais difícil de ser calculado. Afirma que todo animal abatido legalmente tem por obrigatoriedade ser fiscalizado por um médico veterinário, no qual o mesmo tem que observar se o local de abate está em condições para tanto, se o transporte foi realizado da maneira correta, se obedeceram o tempo de descanso do animal antes do abate, se o curral de abate oferece condições de bem estar, se os animais antes de serem abatidos apresentam-se saudáveis, entre outros pontos.

Além disso, ressalta que para um produtor rural enviar seus animais para o frigorífico ele tem que emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA) em uma inspetoria veterinária, para isso ser possível a propriedade tem que estar com a vacina da Aftosa e da Brucelose em dia.

Junior afirma também que estes animais muitas vezes para serem capturados são estressados, são sangrados sem a prática de bem estar animal, não ocorre a sangria completa trazendo prejuízo para a carne, que não sofre o processo de resfriamento, e não é transportada da maneira correta.

O delegado do Simvet/RS também enfatiza que o abigeato ocorre pelo fato de existir demanda de comércio informal por estes produtos, que podem ser encontrados em restaurantes, supermercados e açougues.

“Por isso é tão difícil calcular o prejuízo do abigeato para a saúde pública. Ao suspeitar do estabelecimento que compra carne, o consumidor pode fazer a denúncia para a vigilância sanitária. Também deve desconfiar de grandes promoções, ambientes sujos, carnes sem carimbo, além de dar preferência aos estabelecimentos com o serviço de inspeção”, recomenda.

Fonte: Simvet/RS, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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