O abate de matrizes cresceu 49% em 2003, comparado a 2002, segundo dados do IBGE. De acordo com o instituto, entre janeiro e setembro do ano passado foram abatidas 4.977.418 fêmeas, contra 3.349.505 no anterior (veja tabela).
O analista de mercado da Scot Consultoria, Fabiano Tito Rosa, lembra que “a lavoura vem pedindo espaço e já está oferecendo rendimento superior à pecuária, isso vem fazendo com que muitos pecuaristas insatisfeitos prefiram arrendar suas terras para o plantio a manter gado nesses espaços” lembra.
Apesar de todo o início de ano ser um período de aumento de descartes de fêmeas devido, entre outros motivos à estação de monta, o aumento em 2003 foi muito grande. Os números da pesquisa do IBGE estão subestimados, pois segundo o consultor, em torno de 50% do abate do País é clandestino.
Rosa acredita que em 2004 essa tendência deva se manter, mas que no início do ano que vem o preço do bezerro deva parar de cair. “O pecuarista que se antecipar à inversão e diminuir o descarte de fêmeas poderá obter uma lucratividade maior”, sugere o consultor. Opinião parecida têm o economista Carlos Arthur Ortenblad, que em seu artigo A equação não fecha, publicado aqui no BeefPoint aconselha quem estiver “pensando em tombar seus pastos (bons) desmanchar cercas e currais, para uso agrícola – não o faça,… se está com pastos ociosos, e com dinheiro no banco compre animais jovens…, dê preferência para fêmeas.
Fonte: Paulo Roberto Brino Mattus da Equipe BeefPoint