O importante é ter em mente que a integração entre as culturas e pecuária é para o benefício de todas as atividades – Ricardo Zuliani [Prêmio BeefPoint Sul]
19 de março de 2014
Trabalhem mais, reclamem menos, produzam mais qualidade e se associem – José Luiz Destefani
19 de março de 2014

A integração deve ser trabalhada como sistema de produção, onde as ações desenvolvidas na pecuária projetem resultados maiores na lavoura e vice-versa – Ulisses Amaral [Prêmio BeefPoint Sul]

No dia 4 de abril, será realizado o BeefSummit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento será organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O BeefSummit Sul vai reunir nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A expectativa é de um público de 400 pessoas, entre produtores e investidores, tornando o BeefSummit uma excelente oportunidade de gerar novos negócios.

No dia do evento, o BeefPoint irá homenagear as pessoas que fazem a diferença e têm paixão pela pecuária de corte no Sul do Brasil com o Prêmio BeefPoint Edição Sul. Há vários finalistas, em 13 categorias diferentes.

O público irá escolher através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor os indicados, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.

Conheça Ulisses Amaral,  finalista na categoria Produtor – Destaque Integração Lavoura-Pecuária.

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Ulisses Rodrigues Amaral é  natural e residente de Santa Vitória do Palmar (RS) e engenheiro agrônomo pela UFRGS – 1982. Também possui especialização em produção de sementes de arroz irrigado pela UFPEL – 1999 e em gestão empresarial com ênfase em agronegócios, pela UFPEL – 2007.

BeefPoint: O que você implementou de diferente no quesito  ILP (ou ILPF), em sua propriedade, que levou você a ser um dos finalistas do Prêmio BeefPoint Edição Sul 2014?

Ulisses Amaral: O meu trabalho na administração da Cabanha Santa Joana, iniciou no ano de 1986, sendo que o nosso foco na pecuária sempre foi o melhoramento genético da raça Angus. Vale ressaltar que esse trabalho nos rendeu por três vezes o prêmio Mérito Genético Angus “Luiz Alberto Fries” fornecido pela Associação Brasileira de Angus (foto acima), e em 2013 fomos indicados para o prêmio “Melhores da Dinheiro Rural” fornecido pela revista Dinheiro Rural da editora Três, na categoria destaque em pecuária raças taurinas, ficando em 2º lugar! Desta forma, penso que isso nos deu bastante visibilidade principalmente, no trabalho ligado a pecuária.

Por outro lado, como sempre trabalhamos o negócio da lavoura de arroz e a integração, como forma de manter a rentabilidade e estabilidade financeira do nosso negócio, entendo que a percepção pública para nossa indicação, vem dai!

BeefPoint: O que vem te trazendo mais resultados quando o assunto é  ILP (ou ILPF)? (Fale um pouco mais de sua fazenda/negócio, o sistema de produção utilizado,  as principais atividades, etc.)

Ulisses Amaral: Na minha opinião a integração deve ser trabalhada como sistema de produção, onde as ações desenvolvidas na pecuária projetem resultados maiores na lavoura e vice-versa.

Trabalhamos com produção de genética na Cabanha Santa Joana, produzindo reprodutores Angus que são comercializados anualmente através do remate, além de recria e alguma terminação, e na lavoura trabalhamos com lavoura de arroz e sorgo, este último sendo utilizado na rotação para limpeza de áreas infestadas com arroz vermelho e preto e para produção de silagem para períodos de inverno.

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BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar? 

Ulisses Amaral: Entendo que erros cometemos todos os dias, eles fazem parte do dia a dia das nossas atividades,  mas o importante no entanto é que aprendamos com eles, para não repeti-los, ou minimiza-los de modo a não comprometer nossos negócios.

BeefPoint: O que você considera mais importante em uma fazenda de  ILP (ou ILPF)? 

Ulisses Amaral: O mais importante na integração entre lavoura e pecuária é trabalhar a mesma como um sistema de produção onde a resposta das ações desenvolvidas na lavoura reflitam também de forma positiva no resultado da pecuária. Poderia exemplificar com uma adubação da pastagem que beneficie a lavoura que vai ser implantada, nessa mesma área, como cultura subsequente – ações estas que muitas vezes não são executadas pelos custos embutidos no uso da tecnologia.

No entanto, vale destacar que quando  o sistema estiver funcionando e uma atividade beneficiando a outra os resultados ficam visíveis, estimulando o investimento necessário!

BeefPoint: Como é o relacionamento entre os agricultores e pecuaristas em sua região?

Ulisses Amaral: O que vejo na relação entre pecuaristas e agricultores é que a lavoura vai avançando em cima das áreas de pecuária de uma forma que me parece irreversível, em função da rentabilidade e rapidez de giro que a agricultura proporciona, assim penso que temos que trabalhar a pecuária cada vez mais de forma profissional para que então possamos mante-la.

BeefPoint: Qual o maior desafio da ILP  no Brasil hoje?

Ulisses Amaral: O grande desafio para o produtor é enfrentar o “custo Brasil” e manter-se viável e competitivo, com toda essa diferença de carga tributária que enfrentamos com relação aos nossos concorrentes externos.

O sucesso da integração lavoura pecuária, passa por investimentos, em adubos, sementes e outros que na maioria das vezes são importados, impactando fortemente no resultado da atividade.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2014, no quesito ILP (ou ILPF)? E por quê?

Ulisses Amaral: Voltar com o plantio da soja, atividade que já desenvolvi em outra época na Santa Joana, e agora, com o avanço da tecnologia disponível para terras baixas, acho interessante repensar essa cultura e introduzir a mesma como alternativa de produção no sistema, pecuária, sorgo e arroz.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuária do futuro na ILP (ou ILPF), no Sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Ulisses Amaral: Penso que trabalhar com à pecuária do futuro, é preciso trabalhar com genética e nesse caso cito o grupo Só Angus, de Santa Vitória do Palmar (RS) que vem tendo destaque importante dentro da raça Angus no Brasil, e  o mais interessante é que no grupo Só Angus, todos trabalham a integração lavoura-pecuária como um verdadeiro sistema de produção.

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BeefPoint: Em sua opinião, o que deve ser feito para aumentar o envolvimento dos jovens na agropecuária?

Ulisses Amaral: Hoje o agronegócio adquiriu, por competência própria, visibilidade da nossa sociedade. Digo isso, pois o setor é citado, diariamente, como crucial  para o desenvolvimento do país, o que contribui de forma positiva e com caráter atrativo e estimulante, para todas as profissões ligadas ao campo.

Temos o compromisso de levar o meio rural de novo a eles, com todas suas vantagens e desafios, e felizmente hoje o campo já não é sinônimo de isolamento.

BeefPoint: Qual seu recado para os pecuaristas?

Ulisses Amaral: O meu recado aos pecuaristas é que o Brasil vai continuar sendo um grande fornecedor de carne vermelha para o planeta, talvez o maior, assim aqueles que souberem trabalhar a atividade pecuária, terão um papel importante e decisivo nesse cenário.

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