A formação de crianças e jovens na agropecuária melhora a possibilidade de envolvimento com o campo – Felipe Moura

O Prêmio AgroTalento 2013 é uma iniciativa ousada do BeefPoint, que identificou e reconheceu os jovens talentos da pecuária brasileira com idade de 25 a 45 anos. São essas pessoas que estão construindo hoje a pecuária do futuro, são elas que fazem a diferença em nosso setor. O prêmio foi dividido em três etapas. Na primeira, o leitor BeefPoint preencheu um formulário onde tinha que indicar um nome para cada categoria e justificando sua escolha. Após disso, foi feita uma curadoria pelo BeefPoint, selecionando os finalistas. A terceira etapa foi uma votação aberta ao público, que se encerrou no dia 2 de dezembro.

A cerimônia de entrega dos prêmios e a divulgação dos ganhadores foi na véspera do BeefSummit Brasil, no dia 9 de dezembro, no restaurante Varanda Ribeirão, no Shopping Iguatemi, em Ribeirão Preto – SP.

Saiba mais como vai funcionar e o que é o Movimento AgroTalento:

– Prêmio para celebrar os jovens talentos da pecuária brasileira (dezembro 2013)

– Portal com muitos conteúdos focados em desenvolvimento pessoal (durante todo ano de 2014)

– Plataforma de educação online com diversos cursos e treinamentos sobre desenvolvimento pessoal, gestão, liderança e auto-conhecimento (durante todo 2014)

– Curso intensivo estilo bootcamp de 5 dias fechado para convidados agrotalentos (primeiro semestre de 2014)

Para conhecer melhor os finalistas de cada categoria, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas com cada um deles. Confira abaixo a entrevista com Felipe Moura um dos finalistas do Prêmio AgroTalento 2013.

Felipe Moura é engenheiro agrônomo e mestre em ciência animal e pastagem pela ESALQ – USP. Trabalha com seleção de gado Angus, com genética e produção de novilhos para o programa de Carne Angus Certificada. Desempenha na pecuária gaúcha um trabalho com inovação tecnológica de ponta, com irrigação de campo nativo, seleção por marcadores moleculares, etc.

BeefPoint: Qual atividade na pecuária mais te inspira?

Felipe Moura: Com certeza a produção a pasto. O controle de todas as variáveis que se relacionam a isso torna este ponto muito importante e de altíssima necessidade de gerenciamento.

BeefPoint: Você poderia nos contar sobre os acertos? O que fez e deu certo em sua carreira? Qual a sua maior realização?

Felipe Moura: Acho que o uso do conhecimento abrangendo todo o sistema de produção. A parte de seleção a pasto me deu muito conhecimento e melhora do nível técnico de controle da fazenda. A minha maior realização é poder fazer isso com muito amor e minha maior motivação é saber que podemos fazer isso para os nossos filhos.

BeefPoint: Em relação ao seu histórico profissional, porque você acha que foi indicado para o Prêmio AgroTalento? Das suas realizações profissionais, o que você tem mais orgulho até agora?

Felipe Moura: Acho que pelas atividades já realizadas, pelo reconhecimento do mercado. Uma atividade que me ajudou muito a projetar ao mercado todo o conhecimento sem dúvida alguma foi o cargo de Diretor de Marketing da Associação Brasileira de Angus durante dois anos, o que me deu muita satisfação em poder realizar mais coisas em outra área profissional.

BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?

Felipe Moura: Falhei uma vez em tentar trabalhar somente com gado de elite. Atualmente a mescla entre o gado de genética e o de produção comercial foi o blend que estava faltando.

BeefPoint: O que você fez em 2013 que te trouxe mais resultados?

Felipe Moura:  A produção de campo nativo irrigado na região de Bagé e de Cacequi – RS.

BeefPoint: O que você pretende fazer em 2014? Quais são seus planos?

Felipe Moura: Melhorar o controle e a gestão das fazendas uma vez que a parte de campo está muito bem desenvolvida. Quero dedicar meu tempo a consultorias para outros grupos, elevar e difundir o trabalho que temos desenvolvido, fomentando mais tecnologia.

BeefPoint: Em sua opinião, o que deve ser feito para aumentar o envolvimento dos jovens na agropecuária?

Felipe Moura: Devemos colocá-los desde cedo na atividade. Mostrar a importância da sucessão da família e o entendimento geral de que atualmente uma propriedade rural é encarada como uma empresa e deve ser tratada como tal. A formação de crianças e jovens dentro deste contexto melhora a possibilidade de envolvimento.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuarista do futuro no Brasil hoje? Quem você mais admira?

Felipe Moura: Admiro muito o Dr. Eduardo Macedo Linhares da GAP Genética. Ele conseguiu inserir e manter toda a família dentro do negócio o que atualmente é um dos maiores desafios da pecuária.

BeefPoint: Qual tema você acredita que será um marco na pecuária do futuro?

Felipe Moura: Irrigação, principalmente para produção a pasto. Acredito nos confinamentos trabalhando de forma ainda mais estratégica e na valorização do boi brasileiro a pasto com qualidade e volume de produção.

BeefPoint: Em sua opinião, qual fazenda se destaca na pecuária hoje?

Felipe Moura: A GAP Genética, e a fazenda dos irmão Paglioli de Itacurubi – RS.

BeefPoint: Que mensagem você deixaria para os pecuaristas?

Felipe Moura: Que o incremento de tecnologia, seja qual for, deve ser considerado e avaliado antes de se tomar a decisão de abandonar a atividade ou trocá-la por outra.

Existe uma tendência de quem não teve sucesso de que , “se trocar de atividade a rentabilidade pode ser melhorada”, o que não necessariamente é uma verdade, pois devemos trabalhar com a atividade que dominamos e não deixar o que o mercado “iluda” nosso fluxo de caixa.